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3º Congresso das Metalúrgicas do ABC termina com recorde de inscrições

Publicado: 08 Abril, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Edmilson Magalhães
Congresso aconteceu de quinta a sábado na sede do SindicatoCongresso aconteceu de quinta a sábado na sede do Sindicato
Congresso aconteceu de quinta a sábado na sede do Sindicato

Com cerca de 700 inscrições, a participa­ção das trabalhadoras no 3º Congresso das Metalúrgicas do ABC, na semana passada, foi recorde.

“O resultado é fruto de um trabalho que começou no debate com representantes de Recursos Humanos para a liberação das trabalhadoras”, contou a diretora executiva e coordenadora da Co­missão das Metalúrgi­cas do ABC, Ana Nice Martins de Carvalho.

Segundo ela, as che­fias precisam entender a importância deste processo de inclusão e contribuir para a inser­ção das mulheres nos debates.

“Assim como o Sin­dicato cumpre seu pa­pel cidadão na luta pela igualdade de direitos entre homens e mulhe­res, os patrões também têm responsabilidade social e cobramos isso deles”, destacou Ana Nice.

Estrutura
Para a dirigente, o Sindicato teve sensibi­lidade de entender que ampliar a participação das mulheres passa por oferecer espaço ade­quado para os filhos das trabalhadoras.

“Recebemos mais de cem inscrições de crianças e tivemos a ousadia de criar um espaço com conforto e segurança para to­das elas”, explicou Ana Nice.

“Lutamos por uma escola pública de qua­lidade, pelo direito à creche, por ensino in­tegral e provamos que é possível fazer, como fizemos durante o 3º Congresso”, prosseguiu.

“Esse espaço ade­quado que criamos para as crianças trouxe mais mulheres para a entidade e garantiu a presença delas na política sindical”, co­memorou a coordena­dora da Comissão das Metalúrgicas do ABC.

Crédito: Divulgação
Secretária da Mulher da CNM/CUT fala no eventoSecretária da Mulher da CNM/CUT fala no evento
Secretária da Mulher da CNM fala no evento

Emancipação
“O Sindicato sempre debateu a questão da mulher, mesmo reconhecendo que a categoria é em sua maioria composta por homens”, disse o presidente do Sindicato Rafael Marques, no encerramento do 3º Congresso.

“Contribuir para a emancipação da mulher e para ampliar a participação das metalúrgicas do ABC é tarefa que não vamos abrir mão”, finalizou o presidente.

Presidente do Magazine Luiza aprova CSEs
Durante palestra no 3º Congresso das Metalúrgicas do ABC sobre o Protagonismo e a liderança da mulher no mundo do trabalho, da política e da economia, a empresária Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza, elogiou o modelo de organização do Sindicato.

“A organização dos trabalhadores em Comitês nas empresas é importante para modernizar as relações de trabalho”, declarou Luiza Trajano, na última sexta-feira (4).

Segundo ela, as lojas que administra também adotam representação semelhante à dos metalúrgicos do ABC.

“Cada loja tem um conselho de trabalhadores e tudo é negociado com o líder”, explicou. “Assim podemos resolver os problemas específicos de acordo com a realidade de cada unidade”, defendeu a empresária.

Pelo Brasil
Luiza Trajano empolgou o plenário com seu otimismo e amor pelo Brasil. “Temos que valorizar as coisas boas que o nosso país tem e acreditar na força transformadora da mulher”, disse. “Chegou o nosso momento”, finalizou.

"Tema da mulher é prioridade", diz Padilha

O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou durante o debate Mulheres e sociedade – que projeto queremos? que o tema relativos às mulheres devem ser prioridade em qualquer governo.

“O Estado de São Paulo, exemplo em tantos setores, não consegue ter uma ação política em defesa dos direitos das mulheres”, criticou, no encerramento do 3º Congresso.

Para ele, é papel do governo do Estado criar mecanismos de interlocução entre as políticas do governo federal e os projetos dos municípios.

"O Estado pode ter uma ação concreta para combater a violência, abrindo as delegacias da mulher 24 horas por dia”, afirmou Padilha.

Crédito: Edmilson Magalhães
Parte das mulheres que estiveram no CongressoParte das mulheres que estiveram no Congresso
Parte das mulheres que estiveram no Congresso com o dirigente Teonílio Barba

Preconceito
O diretor Administrativo do Sindicato, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, afirmou que a postura do atual governo do Estado de São Paulo é baseada no preconceito das elites contra a classe trabalhadora.

"Essa falta de diálogo com os movimentos de mulheres é típica daqueles que acham que nós só temos que cuidar da produção da riqueza e limpar suas casas", concluiu Barba.

“Eu curto ser metalúrgica do ABC”

Inspiradas em João Ferrador, personagem símbolo da categoria nas décadas de 1970 e 1980, as metalúrgicas do ABC anunciaram no encerramento do 3º Congresso o projeto Eu curto ser metalúrgica do ABC.O objetivo é criar uma nova personagem símbolo, mas que tenha identidade com as mulheres e a missão de estreitar os laços das metalúrgicas do ABC dentro e fora da base.

Plano de Lutas

Conheça algumas das propostas aprovadas no 3º Congresso:

• Ampliar e fortale­cer a luta pelo aumen­to de contratações de mulheres nas fábricas da categoria.

• Fortalecer a luta, dentro das fábricas, pela ascensão das me­talúrgicas para fun­ções de chefias e/ou cargos de lideranças.

• Garantir a licença maternidade de 180 dias para todas as tra­balhadoras da base.

• Lutar pelo au­mento do Auxílio Cre­che em todos os acor­dos e convenções.

• Fortalecer a luta pela creche.

• O Sindicato deve promover atividades de formação para homens e mulheres da categoria debater as questões de gênero.

• Lutar, para garan­tir, em convenção cole­tiva, o abono do dia de trabalho para as traba­lhadoras e trabalhado­res que acompanham pais idosos e/ou fi­lhos/as em consultas médicas.

• Promover ativi­dades culturais para estimular a convivên­cia e a participação na vida do Sindicato.

• Buscar garantir a realização de campeo­natos anuais de Futsal Feminino

Crédito: Edmilson Magalhães
Sindicato ofereceu creche, que atendeu 85 criançasSindicato ofereceu creche, que atendeu 85 crianças
Sindicato ofereceu creche, que atendeu 85 crianças durante o evento

Contribuições para o debate

“Há espaço para aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho e ampliar sua formalização”.
Lucineide Varjão, presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT

“Na média, a metalúrgica cutista recebe 33,27% a menos que o homem”.
Marli do Nascimento, secretária da Mulher da CNM-CUT

“A creche é determinante para garantir a participação das mulheres”.
Rosane Silva, secretária da Mulher da CUT Nacional

“O Sindicato é fundamental para o avanço nas relações trabalhistas e garantia dos direitos das mulheres”.
Edna Roland, coordenadora de Implementação de Políticas de Igualdade Racial de Guarulhos

“Em setores da sociedade as mulheres são tratadas como no século 19. Por isso movimentos como esses são fundamentais”.
João Gustavo Negrão, da Prefeitura de São Bernardo

(Fonte: Imprensa do SMABC)

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