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ABC: greve continua na Volks e negociações com a montadora prosseguem

Paralisação entra hoje (14) no nono dia. Mobilização na Mercedes-Benz também continua. Solidariedade à luta no ABC cresce a cada dia.

Publicado: 14 Janeiro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
A greve continua, decide assembleia feita na manhã de hojeA greve continua, decide assembleia feita na manhã de hoje
A greve continua, decide assembleia feita na manhã de hoje

Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (14), os trabalhadores nos três turnos na Volks, em São Bernardo do Campo (SP), aprovaram por unanimidade manter a paralisação da produção até que a empresa reverta as 800 demissões anunciadas.

Na assembleia, o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, informou sobre reunião com representantes da montadora, que aconteceu ontem e marcou a retomada das negociações. “Demos um passo importante com a volta do diálogo entre o Sindicato e a Volks, resultado do nosso ato em defesa do emprego que ocupou a rodovia Anchieta na segunda-feira, com mais de 20 mil metalúrgicos na Volks, Mercedes-Benz, Ford e Karmann Ghia”, avaliou.  

Segundo ele, apesar desta conquista, as negociações só avançarão para uma proposta depois das demissões serem revertidas. "Não podemos construir uma proposta que não contemple antes a reversão das 800 demissões", disse. “Temos um exército de trabalhadores com disposição de lutar pelos 800 companheiros demitidos”, completou.

As negociações entre o Sindicato e a Volks prosseguirão nesta quarta-feira. A greve dos 13 mil metalúrgicos na montadora teve início no último dia 6.

Crédito: Shayane Servilha
Paulo Cayres na manifestação da última segundaPaulo Cayres na manifestação da última segunda
Paulo Cayres na manifestação da última segunda-feira


O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, participou da assembleia e assinalou que a entidade está empenhada em colaborar no que for necessário para que os demitidos sejam recontratados. “A CNM/CUT está participando ativamente de ações para evitar a queda do nível de emprego e para a adoção de medidas que garantam o trabalhador e o desenvolvimento industrial. Ontem, estivemos em Brasília e entregamos uma pauta ao ministro Miguel Rossetto”, destacou Cayres.

Além disso, o presidente da CNM/CUT lembrou que os metalúrgicos na Volkswagen e na Mercedes-Benz (ver informação na sequência) têm recebido inúmeras manifestações de apoio. “Tem chegado moções de sindicatos de todo o país, das centrais sindicais e também de entidades internacionais. Com certeza, a solidariedade de classe é mais uma forma de pressionar os patrões, mostrando que os trabalhadores na Volks e Mercedes não estão sozinhos nesta luta”, reforçou.

Crédito: Adonis Guerra
Na Mercedes, mobilização tem apoio dos familiares dos metalúrgicosNa Mercedes, mobilização tem apoio dos familiares dos metalúrgicos
Na Mercedes, mobilização tem apoio dos familiares dos metalúrgicos


Mercedes-Benz
Os trabalhadores na Mercedes-Benz, em São Bernardo, continuam mobilizados em apoio aos companheiros que não tiveram o contrato de suspensão de trabalho, o layoff, renovado até abril e, por decisão unilateral da montadora, foram demitidos no final do ano passado. Desde o dia 5, com a volta das férias coletivas, os metalúrgicos na empresa realizam diversas mobilizações, como a aprovação de solidariedade no mesmo dia do retorno à fábrica.

Outro ato aconteceu no dia 7, quando decidiram parar a produção por 24 horas. Já na sexta-feira (9), os trabalhadores levaram suas famílias para uma manifestação em frente aos portões da Mercedes, em conjunto com os trabalhadores da área de caminhões.

Logo após a mobilização, representantes da montadora chamaram o Comitê Sindical de Empresa (CSE) para retomarem o diálogo, mas não houve avanços nas negociações.

“O Sindicato está fazendo e fará tudo que está ao alcance para defender nossos companheiros”, disse o vice-presidente do Sindicato e membro do CSE na Mercedes, Aroaldo Oliveira da Silva. “Esse é o nosso papel e nunca iremos abrir mão dele”, completou.
 

Crédito: Divulgação
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Cartaz do UAW em apoio aos metalúrgicos na Volks

Solidariedade
A CUT Nacional, o UAW – United Auto Workers (sindicato nacional dos metalúrgicos em montadoras nos EUA), a Federação dos Metalúrgicos da CUT/MG, os Sindicatos de Metalúrgicos gaúchos de Erechim, Pelotas, Rio Grande e São Leopoldo e o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba são algumas as entidades que enviaram moção de apoio à greve dos trabalhadores na Volkswagen e à luta na Mercedes-Benz.

“(...) a Central Única dos Trabalhadores se soma à unidade dos companheiros e das companheiras nas fábricas, na defesa coletiva e intransigente do direito ao trabalho, reivindicando a revogação imediata do processo de demissões e a reintegração dos trabalhadores aos seus locais de trabalho. A CUT conclama todas suas entidades filiadas a manifestarem seu apoio à luta dos companheiros/as do ABC, bem como a intensificarem as mobilizações neste período pela garantia de emprego e da dignidade no trabalho, em todos os setores produtivos e em todo o País” - Nota Oficial da Central Única dos Trabalhadores, que foi endossada pelas Federações Estaduais dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul e da CUT/SP e pelas Confederações Nacionais dos Trabalhadores em Transportes e Logística e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.

“O presidente do UAW, Dennis Williams, e o Secretário-Tesoureiro, Gary Casteel, gostariam de dizer que eles, o UAW e os trabalhadores da Subseção 42 do UAW em Chattanooga, Tennessee [onde há planta da Volkswagen] estão solidários aos metalúrgicos na Volkswagen e ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC”, informa nota do UAW, junto com a qual chegou o cartaz em apoio (foto acima).

“(...) A FEM/CUT-MG é contrária a demissão em massa e entende que esse tipo de atitude visa única e exclusivamente defender o lucro dos empresários, por isso defende e apoia os metalúrgicos das duas montadoras que iniciaram uma greve visando a readmissão desses companheiros” – Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT/MG.

“(...) Precisamos intensificar nossa luta para que tenhamos uma indústria forte, mas que os empregos e a renda sejam metas prioritárias no processo industrial” – Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo.

“(...) Precisamos unificar nossa solidariedade, e se necessário, nos manifestar em nossas bases para que não sejamos prejudicados por política de reestruturação de empresas multinacionais, sejam do setor automotivo ou em outros setores da economia industrial” - Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande.

“(...) Manifestamos nossa solidariedade pela luta na manutenção dos empregos, porque essa luta também nossa” – Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim.

“(...) Nos colocamos à disposição para que possa haver a suspensão das possíveis demissões e se possam construir alternativas que mantenham os empregos no setor metalúrgico, tanto em São Bernardo do Campo, quanto no Brasil” – Sindicato dos Metalúrgicos de Pelotas.

“(...) Nosso sindicato luta para que o emprego continue sendo um direito e o repúdio a essas demissões arbitrárias é nosso dever. As mobilizações dos trabalhadores e de suas entidades representativas são fundamentais para a própria formação da classe trabalhadora que se organiza e se une para exigir os direitos fundamentais e por mais respeito e dignidade" – Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba.

"A União Geral dos Trabalhadores presta seu total e incondicional apoio à paralisação dos companheiros que trabalham na fábricas da Mercedes-Benz e da Volkswagen. A ação das empresas é uma afronta não só a classe trabalhadora, mas também a economia nacional, uma vez que as montadoras, todas elas, independente das marcas ou países de origem, receberam benefício do Governo Federal (...)" - União Geral dos Trabalhadores

"(...) Ao mesmo tempo em que a Central dos Sindicatos Brasileiros se solidariza com a luta dos metalúrgicos em greve contra as demissões, conclamamos o governo, a sociedade e, sobretudo, o movimento sindical a dar um basta nesta chantagem [das montadoras, que estão chantagenado o governo para obter novas vantagens], que tem causado prejuízos enormes para o País" - Central dos Sindicatos Brasileiros

(Fonte: Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)

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