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ABC: Sindicato quer liberação de ICMS para ferramentaria no Brasil

Publicado: 22 Fevereiro, 2018 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Marcelo Sant´Anna
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Reunião aconteceu em Minas Gerais  

Em reunião com o go­vernador de Minas Ge­rais, Fernando Pimentel (PT), os Metalúrgicos do ABC, entidades sindicais e patronais defenderam o fortalecimento da ferramentaria no Brasil. A proposta é viabilizar a liberação de R$ 2 bilhões em créditos re­tidos de ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, das montadoras do Estado para investir em ferra­mentarias.

“Defender o setor, em outros estados, é uma oportunidade também para as empresas aqui do ABC. A cadeia de ferramen­taria tem uma diversificação muito grande, sendo que Minas Gerais não conta com todos os segmentos especializados e terá, obrigatoriamente, que contratar os serviços fora do Estado”, explicou o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

“É uma proposta de grande interesse para os metalúrgicos do ABC. As ferramentarias são essenciais para o país, já que representam empregos de qualidade, com mais qualifi­cação profissional dos traba­lhadores e renda melhor, além de produzir conhecimento, desenvolvimento e inteligência nacionalmente”, afirmou.

Quando as montadoras exportam, não realizam o pa­gamento do imposto, mas são descontadas e acumulam cré­dito do ICMS junto ao governo do Estado.

“É um recurso que existe e já é das montadoras, mas está retido pelo governo. Conseguir que as empresas brasileiras se­jam reestruturadas é um grande passo ao garantir a concepção do veículo desde o início no Brasil”, disse.

Pela proposta do Sindicato, o governo libera o crédito, desde que as montadoras se comprometam a utilizá-lo em investimentos na área, como contrapartida.

Participaram da reunião o vice-presidente dos Meta­lúrgicos do ABC e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Paulo Cayres, o Paulão; e o secretário de For­mação da Confederação, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho.

Também estiveram pre­sentes os representantes do Arranjo Produtivo Local, o APL, de Ferramentaria do ABC; Sindicato dos Meta­lúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região; Sindicato dos Metalúrgicos de Pouso Alegre; Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais; Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, Abimaq; Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, Abinfer, e a empresa Voa.

O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, respon­sável por políticas industriais, Wellington Messias Damasce­no, que também participou da reunião, lembrou que a mesma proposta já foi apresentada ao governo de São Paulo.

“Assinamos o protocolo de intenções em defesa das ferramentarias na Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC em agosto do ano passado e encaminhamos o documento ao governo de São Paulo, que ainda não avan­çou com o pedido”, contou.

“Levamos a proposta ao governador de Minas Gerais, que ouviu os trabalhadores e se comprometeu em viabilizar a utilização desses recursos que estão parados”, disse. “Quere­mos ampliar a discussão para outros estados para que o setor ganhe peso novamente no País”, prosseguiu.

O objetivo é impulsionar a recuperação da indústria nacio­nal. Em São Paulo, são cerca de R$ 5 bilhões em créditos retidos na Secretaria da Fazenda do governo do Estado que são das montadoras.

“As montadoras estão lan­çando novos veículos no Brasil e a construção de todo o ferra­mental pode ser feita aqui. A estratégia é fortalecer as ferra­mentarias para o desenvolvi­mento da indústria automotiva. O ABC é um grande polo e pode avançar com essa propos­ta”, concluiu o presidente.

O Sindicato defende a fer­ramentaria nacional e o for­talecimento da indústria no processo de elaboração da nova política automotiva bra­sileira, o chamado Rota 2030. O Inovar-Auto teve início em 2013 e terminou em dezembro do ano passado.

(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)

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