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ABC (SP): assinado protocolo em defesa das ferramentarias

Publicado: 02 Agosto, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
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Bigodinho (camisa azul) e Wagner no evento

Com a presença de dirigentes sindicais, de representantes de entidades da indústria e prefeitos da região do ABC paulista, foi assinado nesta terça-feira (1º) protocolo de intenções para o fortalecimento das ferramentarias. Isso se dará com a proposta de liberação de quase R$ 5 bilhões de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) das montadoras - retidos pelo governo de São Paulo – que permitirá às empresas a utilização desse dinheiro na cadeia da ferramentaria do próprio ABC.

“É a oportunidade de utilizar recursos que estão parados no governo e incentivar a construção de ferramentas com retorno para a sociedade em forma de empregos de qualidade, renda e desenvolvimento”, afirmou Wagner Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Ele explicou que quando as montadoras exportam, não fazem o pagamento do imposto, mas são descontadas e acumulam crédito do ICMS junto ao governo do Estado.

O secretário de Formação da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), José Roberto Nogueira da Silva (Bigodinho), representou a entidade no evento e destacou a importância do investimento em ferramentaria como um dos mecanismos de se defender o conteúdo nacional e o fortalecimento do ramo industrial brasileiro. “Tudo sai do molde feito nas ferramentarias, que têm uma mão de obra altamente qualificada que não pode ser desprezada. As empresas devem ter o olhar para isso e parar de importar”, avaliou.

O documento foi assinado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, na qual Wagner integra o Conselho Diretor; o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que reúne os prefeitos da região; a Anfavea, o sindicato das montadoras; Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer).

As entidades que assinaram o protocolo apoiam a criação de um regime especial para utilização dos recursos de crédito acumulado do ICMS para a indústria de ferramentaria. O acordo terá vigência de cinco anos e a demanda será levada ao governo do Estado.

“A ferramentaria e a engenharia são as áreas da indústria que produzem conhecimento, desenvolvimento, inovação e inteligência, ou seja, aquilo que está no início da produção de um veículo”, explicou Santana.

“É um passo extremamente importante na geração de empregos de qualidade, principal¬mente para o pessoal que sai das universidades e do Senai, em profissões que requerem mais qualificação e preparação profissional”, disse.

Wagnão afirmou que além da geração de empregos, a medida pode impulsionar a recuperação da indústria nacional.

“O Brasil está perdendo espaço para outros países. As ferramentas estão vindo da Coreia, Índia, China, mesmo com o Inovar-Auto”, lembrou. “As indústrias estão promovendo o lançamento de veículos que necessitam de construção de ferramental para que a produção possa acontecer. E isso pode ser feito nacionalmente”, defendeu.

“Com medidas como esta, é possível ao Brasil sair da condição de montador para construtor de veículo. Para isso, insistimos na reivindicação de apoio ao conteúdo local e no estabelecimento de uma política industrial efetiva no país”, assinalou Bigodinho.

“A partir de medidas como esta, é possível estender o mesmo modelo para outros segmentos, como as indústrias aeroespacial e a de eletroeletrônicos”, completou o dirigente da CNM/CUT.

(Fonte: Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com informações da CNM/CUT)

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