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Ação da CSN parece ter recuperação garantida, mas no longo prazo

Publicado: 10 Setembro, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Um impasse que toma conta da decisão dos investidores parece ter boa parte no momento complicado que vive o mercado. Nos atuais patamares, é praticamente consenso que há potencial de valorização. Tudo parece barato demais. O problema é que o curto prazo é incerto; as expectativas da recuperação são de médio ou longo prazo.

Este retrato parece feito sobre medida para as ações da CSN (CSNA3). Depois de acumularem valorização de mais de 60% no ano no topo do Índice Bovespa ao final de maio, os ativos da siderúrgica agora registram saldo anual negativo em mais de 14%. Em menos de quatro meses, o papel perdeu quase 48% de seu valor.

O cenário mudou, mas é consenso entre os analistas que não é para tanto. A retomada, assim, parece garantida; o problema é que o curto prazo ainda reserva diversas questões incertas. A questão da Namisa e o impasse nos preços internacionais dos metais básicos devem ser os catalisadores mais imediatos da ação da CSN. Fundamentos e potencial crescimento operacional ficam para depois.

O discurso dos analistas reflete bem esta visão. Tanto para a corretora Brascan quanto para a equipe de análise do banco HSBC, as desvalorizações recentes tornaram a ação novamente atrativa. Ambos a classificam como "outperform " - acima da média -, como ambos citam estes catalisadores indefinidos de curto prazo.

A questão Namisa

Os últimos dados operacionais do sistema Namisa - Nacional Minérios S.A., subsidiária da CSN - vem desapontando o mercado. Para se ter uma idéia, o desempenho de mineração no primeiro semestre relacionou produção de 7,7 milhões de toneladas, muito longe da meta de 28,5 milhões estipulada para o ano.

A expectativa, no entanto, é de que a CSN venda seu pacote de mineração de ferro, fator que amenizaria este efeito negativo. Tomando por base os movimentos mais recentes de consolidação deste segmento, da compra da London Mining pela ArcelorMittal e da J. Mendes, os analistas do HSBC preferem o lado pessimista da questão.

O pacote Namisa (produção de minério de ferro + comercialização + MRS), avaliado de acordo com estes movimentos, vale entre US$ 1,8 bilhão e US$ 2,6 bilhões, margem frustrante se comparada aos US$ 10 bilhões especulados pelo mercado. Associando ainda a possibilidade de que a operação não se concretize, o HSBC é enfático: "catalisador negativo no curto prazo".

Preços do aço lá fora

O outro catalisador de curto prazo às ações da CSN, e responsável por boa parte da queda recente das ações, é o preço internacional do aço. Com as constantes desvalorização dos metais básicos no mercado internacional e o minério de ferro já em tendência de baixa no mercado à vista chinês, os papéis sofrem.

As receitas das grandes siderúrgicas brasileiras mostram-se cada vez menos expostas aos preços internacionais, haja vista a maior participação da demanda doméstica frente aos volumes exportados. Mas um comentário da Brascan chama atenção.

A corretora afirmou que embora pouco afete diretamente as receitas das brasileiras, a trajetória dos preços do aço lá fora pode servir de referência a futuros ajustes internos no médio prazo.

Garantia no longo prazo

Mas a própria Brascan alimenta a tese da recuperação no longo prazo. As vendas internas e o reajuste de preços em produtos de maior valor agregado, como galvanizados e BFs, têm condições de sustentar a receita da CSN em patamares elevados.

Assumindo as projeções dos analistas para a evolução operacional da companhia, a aposta de longo prazo parece mais garantida. As estimativas da Brascan relacionam um crescimento próximo de 111% na receita líquida da empresa entre 2008 e 2012, além de expansão de 210% na geração de caixa neste mesmo intervalo de tempo.

A incerteza predomina no curto prazo, mas alguns pontos reforçam a atratividade das ações da CSN, mas ao longo prazo.

Fonte: Infomoney

CSN