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Acidente de trabalho gera protesto na Gerdau de Sapucaia do Sul

Operador de máquina teve perna amputada na madrugada de sábado. Trabalhadores e Sindicato reclamam do volume intenso de trabalho e do excesso de horas extras.

Publicado: 19 Fevereiro, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Cerca de 600 metalúrgicos na Gerdau  de Sapucaia do Sul (RS) cruzaram seus braços por aproximadamente duas horas, na manhã desta terça-feira (19), para protestar contra as condições inseguras de trabalho naquela fábrica. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, em função de um grave acidente de trabalho que aconteceu na madrugada de sábado, quando o operador de máquina de trefilação Ivanes dos Santos teve sua perna amputada.

Conforme já vinha sendo debatido em reuniões da CIPA, a tragédia já era anunciada. O companheiro acidentado estava, assim como outros funcionários, sendo submetido a um regime de cargas exaustivas de trabalho devido a diminuição do quadro de trabalhadores e a redução de custos de operação. Muitos trabalhadores já vinham informando o Sindicato sobre a pressão da empresa para produzir cada dia mais, fazendo com que eles excedessem sua carga horária em mais horas do que o permitido, prejudicando assim seu próprio descanso e afetando sua saúde e segurança.

O metalúrgico acidentado, de 43 anos de idade e 15 de empresa, trabalhava no regime 5 X 2. Portanto, era início de folga quando foi chamado para fazer hora extra. O incidente ocorreu no setor de trifila 1.

Na manifestação desta terça-feira, o dirigente Valmir Lodi – coordenador da rede nacional sindical dos trabalhadores na Gerdau – destacou que não existe dinheiro que pague todos os momentos que foram ceifados da vida deste trabalhador, como coisas simples, mas tão significativas, como jogar futebol com um dos seus filhos.

O presidente do Sindicato, Jorge Corrêa, lembrou que havia trabalhado na empresa na década de 1980 e os problemas com segurança já eram recorrentes. Além dos dirigentes de São Leopoldo e região, também esteve presente o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, Paulo Chitolina. Os trabalhadores participaram do protesto dos lados de fora e de dentro da fábrica, já que um forte efetivo policial trancou as vias de acesso ao portão que o Sindicato estava, orientando quem chegava para entrar por outro portão.

Durante a paralisação, ficou decidido que o Sindicato e os trabalhadores vão cobrar medidas que aumentem a segurança, o respeito ao acordo de turnos e o combate ao assédio moral.

 

Após a manifestação, os metalúrgicos voltaram ao trabalhoApós a manifestação, os metalúrgicos voltaram ao trabalho
Depois o protesto, os metalúrgicos voltaram ao trabalho

Após a manifestação, ocorreu uma reunião com a gerência de relações trabalhistas da Gerdau, na qual foram apresentados os pontos da unidade da Gerdau Sapucaia do Sul. Durante a reunião, o secretário de Políticas Sindicais da CNM/CUT, Loricardo Oliveira, falou sobre a importância de ser construído um contrato coletivo nacional de trabalho das unidades da Gerdau. Ficou acertado que também será feita uma conversa em São Paulo com a gerência de relações trabalhistas da empresa.

(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo)