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Acordo evita 3.600 demissões na Volks e garante estabilidade até 2021

Em assembleia nesta terça-feira (2), trabalhadores aprovaram proposta negociada entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a montadora.

Publicado: 03 Agosto, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Edu Guimarães
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Trabalhadores aprovaram acordo nesta terça-feira  

Em assembleia na manhã desta terça-feira (2), os trabalhadores na Volkswagen aprovaram o acordo negociado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a montadora que garante os empregos até 2021 e afasta a possibilidade de demissão de 3.600 metalúrgicos anunciada pela empresa no mês passado.

“Os desafios de construir uma alternativa à proposta inicial da fábrica foram enormes diante da conjuntura atual. Acima de tudo, não permitir que a empresa resolvesse a situação do jeito dela”, afirmou o secretário geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão. “São medidas para administrar o pessoal sem demissões e consideramos a aprovação do acordo uma vitória dos trabalhadores ao estender a garantia de emprego para cinco anos”, prosseguiu.

Wagnão ressaltou a dificuldade das negociações diante da produção menor do que a prevista no último acordo. Diante do cenário econômico, a representação na Volks divulgou a íntegra da proposta apresentada pela montadora no mês passado para dividir a situação com todos os trabalhadores em um processo de reflexão coletiva. A empresa alegava excedente de 2.500 horistas diretos e 1.100 mensalistas e horistas indiretos.

"Em todas as negociações que participei até hoje, e foram muitas, houve dificuldades em várias situações. Mas não encontrei, em nenhuma delas, a dificuldade que tivemos para construir este acordo e encontrar alternativas para o momento que possam preservar os trabalhadores na fábrica”, contou. “Parte da empresa não queria o acordo por uma questão simples de que o jeito de resolver deles custa menos. Quem se preocupa com o ser humano, com o pai e a mãe de família, somos nós”, completou.

O secretário geral contou que a previsão de retomada de produção para 250 mil carros por ano será a partir do segundo semestre de 2018 com os dois veículos confirmados no acordo passado, um hatch e um sedã, e a continuidade da produção da Saveiro. “O grande desafio é o que fazer para administrar o que a fábrica considera excedente com a queda da produção para atravessar o período até que haja a retomada”, destacou.

Pelo acordo, será aberto um novo pacote do Programa de Demissão Voluntária, o PDV, a reno­vação do Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, novas turmas de layoff, calendário de pagamentos de abono, PLR, 13º salário, entre outros.

“A proposta mantém a cláusula de garantia de que só sai dessa fábrica se for mediante aposentadoria ou por pacote pelos próximos cinco anos. As pessoas que resolverem sair deve ser por vontade própria. Não haverá rediscussão da estrutura principal do acordo nesse período”, explicou.

“Cabe a nós, trabalhadores, ousar para encontrar saídas que preservem os empregos e os direitos dos companheiros. É a capacidade de luta, organização e, principalmente, a unidade dos trabalhadores e o respeito aos encaminhamentos do Sindicato, que garantiu esta vitória. É assim que é possível construir propostas de longo prazo”, concluiu o dirigente. 

(Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)

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