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Airbus quer aterrissar A380 nos aeroportos brasileiros

Publicado: 29 Abril, 2010 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O crescimento de 91% do tráfego aéreo nacional coloca o Brasil no radar do Airbus A380 - peso-pesado com capacidade para até 800 passageiros e 15,2 mil quilômetros de autonomia.

"Enquanto o tráfego aéreo global dobra a cada 15 anos, no Brasil isso acontece a cada década", observa o vice-presidente da empresa para a América Latina, Rafael Alonso.

Segundo o executivo, a perspectiva de manutenção do ritmo de expansão do mercado aéreo brasileiro deve absorver 500 novas aeronaves com mais de 100 assentos até 2028. Negócio avaliado pela Airbus em US$ 59,4 bilhões, incluindo nove A380.

São aviões para atender a um incremento de 139% no número de passageiros. "Acreditamos que haverá até 2028 haverá aviões muito grandes no Brasil, como o A380", confia Alonso.

A Airbus vendia aeronaves com 119 poltronas no Brasil em 1999. Os assentos passaram para 146 em 2009. Mudança em linha com a estratégia das companhias aéreas de transportar mais pessoas com menos custo. É esse o argumento comercial da fabricante americana para o superjumbo.

Aeroportos: o problema

O tamanho dos aeroportos brasileiros é a pedra na asa da Airbus. Aterrissar o A380 por aqui, movimento coordenado por 20 rodas de seu trem de pouso, exige dimensões de pistas que somente 90 aeroportos ao longo do globo têm possuem.

E o terminal de Guarulhos, que concentra o tráfego aéreo internacional com destino ao país não é um deles.

Segundo Rafael Alonso, a Copa 2014 as Olimpíadas 2016 ampliarão o desembarque de turistas estrangeiros no Brasil. Aumento calculado pela Airbus em 8,4%.

"Ao contrário de países desenvolvidos quando recebem esses eventos, em nações em desenvolvimento o tráfego aéreo cresce e é mantido. Isso vai acontecer no Brasil. Mas se Guarulhos não começar a receber voos do porte do A380, não conseguirá atender à essa demanda", garante.

Mercado latino-americano

Brasil (37%), México (18), Colômbia (8%), Chile (6%) e Argentina (4%) respondem por 73% do mercado aéreo da América Latina. Países que comandarão crescimento médio da região de 4,9% por 20 anos. "A América Latina está numa fase que qualquer aumento na renda eleva o número de passageiros", pontua Alonso. Na conta da Airbus, o movimento representará um aumento 105% no número de rotas internacionais, passando das atuais 90 para 193.

O executivo avalia que as companhias aéreas estão atentas à América Latina. Tanto que têm substituído aeronaves, hoje com idade média de 13 anos. Já as brasileiras trocam de aviões a cada oito anos, em média.

O zelo fez a presença da Airbus nos céus da região saltar de modesto 1% em 1980, para 42% em 2009. Foram 25 aviões entregues no passado, contra 59 em 2008. Contudo, a empresa confia no mercado latino-americano. "Esperamos que mais de 50% dos aviões da América Latina sejam nossos em dois ou três anos", indica Alonso.

Fonte: Brasil Econômico