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Alckmin inflou dado sobre salário de professor do Estado de São Paulo

Publicado: 06 Julho, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) inflou dados sobre salários dos professores da rede estadual paulista em meio à maior greve da categoria, que durou 89 dias e atingiu parcialmente a rede até o mês passado.

O tucano dizia que a paralisação não fazia sentido, pois, segundo ele, os professores tinham recebido reajuste de 45% ao longo do seu mandato anterior (2011-2014).

Na realidade, professores da ativa da rede estadual tiveram 12,3% de aumento no valor que recebem mensalmente, descontada inflação.

O detalhamento do reajuste foi informado pelo governo do PSDB à Folha somente no fim do mês passado, após o governo ser acionado via Lei de Acesso à Informação.

A reportagem cobrava a Secretaria de Educação desde abril. O prazo para resposta chegou a vencer, e as informações foram encaminhadas só após o fim da paralisação.

Até então, o governo não informava quanto dos 45% de reajuste se referia à incorporação de gratificações.

A incorporação significa que o valor que o professor recebia como um extra passou a ser pago no salário-base.

É uma medida que beneficia os aposentados, que não recebem gratificações. Por outro lado, não contempla na mesma proporção os profissionais da ativa, que já recebiam o dinheiro mensalmente. Para eles, a maior vantagem da medida vem do fato de alguns benefícios serem calculados pelo salário-base.

Segundo os dados informados agora pelo governo, o salário-base aumentou 11,2% com a incorporação das gratificações. Como a inflação no mandato anterior de Alckmin (2011 a 2014) ficou em 21,5%, (IPC-Fipe), o ganho real da remuneração mensal dos docentes ativos foi de 12,3% durante esse período da gestão.

Esse ganho real cai para 5,3% se considerada também a inflação dos cinco primeiros meses deste ano.

O governo analisa uma política salarial para os professores, que saíram da greve sem proposta concreta de aumento. Durante a paralisação, o reajuste já concedido foi um dos pontos de embate entre a Apeoesp (sindicato dos docentes) e o governo.

O sindicato dizia que os 45% não eram reais, considerando inflação e gratificações já existentes. Ao longo da greve, o governador passou a ponderar que, de fato, parte do ganho real havia sido anulado pela inflação, mas não citava as incorporações.

(Fonte: Folha de S. Paulo)