Alcoa moderniza fábrica em Minas

Zulmira Furbino

A Alcoa Alumínio anunciou ontem que vai aplicar recursos de US$ 150 milhões em sua planta de Poços de Caldas, a 460 quilômetros de Belo Horizonte, no Sul de Minas. O montante integra investimentos totais de US$ 1,6 bilhão anunciados para os próximos quatro anos e que serão direcionados à planta de mineração de bauxita que a empresa possui no Pará e à expansão da refinaria de Alumina, em São Luiz do Maranhão.

Os recursos a serem aplicados no estado vão gerar cerca de 450 empregos diretos e indiretos e serão destinados à modernização da produção de alumínio primário (US$ 102 milhões) e à modernização da subestação para alimentação de energia elétrica da fábrica de Poços de Caldas (US$ 48 milhões). O objetivo é garantir a continuidade das operações da unidade por mais 35 anos, reduzindo a emissão de gazes nocivos ao meio ambiente.

A planta da Alcoa em Poços de Caldas produz 95 mil toneladas de alumínio ao ano, dos quais cerca de 90% são destinados ao mercado interno. De acordo com o presidente da empresa, Franklin Feder, os investimentos deverão aumentar a produtividade da empresa, elevando a produção em 10 mil toneladas nos próximos anos.

Além disso, a Alcoa estuda a instalação de uma nova planta de produção de alumínio no município com aumento significativo do volume produzido. "A concretização desse investimento, contudo, depende da obtenção de energia de longo prazo, a custos competitivos", observa Feder. Para isso, segundo ele, a empresa, junto com órgãos governamentais e parceiros da iniciativa privada, está buscando meios para a exploração racional e sustentável da geração de energia. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Wilson Brumer, uma das saídas poderá ser a implantação de um conjunto de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), sob o comando da Cemig, e a chegada do gás natural a Poços de Caldas, o que deverá ocorrer no início de 2007.

A planta da Alcoa Alumínio em Poços de Caldas é responsável por 33% do faturamento total da empresa no país, estimado em US$ 900 milhões ao ano. De acordo com o presidente da empresa, o consumo do produto no mundo cresce entre 2% e 3% ao ano e alcança o dobro desse volume no Brasil. Hoje, a empresa exporta 40% de todo alumínio que produz, mas a lucratividade das vendas externas já foi comprometida com a valorização do real em relação ao dólar. "A moeda americana não afeta o volume vendido ao mercado internacional, mas compromete as margens de lucro e o retorno dos investimentos. Mesmo assim, não há como deixar de exportar", afirma Feder.

Fonte: Estado de Minas