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Alvo da Lava Jato, Queiroz Galvão demite mais da metade dos funcionários

Publicado: 07 Abril, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

247 - Alvo da Lava Jato, a empreiteira Queiroz Galvão perdeu quase dois terços de seu faturamento e reduziu o quadro de funcionários para menos da metade. Ainda assim, a empreiteira era vista como uma das menos afetadas pelo escândalo pelos avanços que havia conquistado nos últimos meses.

As informações são de reportagem em O Estado de S.Paulo.

"Primeiro teve os bens desbloqueados pelo Supremo Tribunal Federal (STF); depois conseguiu a liberação de financiamento de US$ 145 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um projeto no exterior; e deu início as obras de novo projeto, de R$ 200 milhões. Mas há três semanas o cenário mudou radicalmente e uma série de notícias ruins começou a abalar as expectativas de recuperação da empresa.

Numa ação que alcançou outras quatro companhias, o Tribunal de Contas da União (TCU) declarou a empresa inidônea por suposta fraude na licitação da usina nuclear Angra 3. Com a medida, a construtora ficou proibida de participar de novas licitações do governo federal, o que pode levar a empreiteira à derrocada. Na quarta-feira, outra medida atingiu em cheio a empresa. O TCU bloqueou os bens de oito empreiteiras investigadas na Lava Jato, sendo a Queiroz Galvão uma delas.

Em nota, antes dessa última decisão do tribunal, a empresa afirmou que vai recorrer da declaração de inidoneidade. 'A Construtora Queiroz Galvão acredita que a decisão será revertida após apreciação, pelas autoridades, de seus fundamentos de defesa. A empresa usará os recursos cabíveis para esclarecer os fatos e preservar suas atividades no mercado.' Especialistas avaliam, porém, que será uma tarefa difícil se livrar do selo de inidoneidade, que acaba afetando também os negócios com o setor privado.

'As empresas não querem ter relação com uma construtora que tem essa imagem e esse selo', afirmou o executivo de uma concorrente, que prefere não se identificar. Terceira maior empreiteira do País, a Queiroz Galvão viu suas receitas caírem de R$ 5 bilhões para R$ 2 bilhões, desde que executivos da empresa foram presos na Lava Jato.

A nova realidade fez a empreiteira rever toda a estrutura, afirmou um ex-funcionário da companhia. Quatro escritórios regionais foram fechados e a unidade de São Paulo, que antes ocupava dois andares no bairro do Itaim Bibi, agora foi reduzida a apenas um pavimento. As medidas de contenção de despesas abrangeram de cortes de motoristas para o alto escalão a renegociações de contratos com fornecedores. Um deles, que prefere não se identificar, disse que o objetivo é reduzir os valores."

(Fonte: Brasil 247)