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Após acordo, metalúrgicos encerram greve em Açailândia

Trabalhadores na Viena Siderúrgica conquistaram 35% de aumento no valor bruto dos salários e o pagamento de cestas básicas a todos os trabalhadores da base

Publicado: 17 Fevereiro, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A greve dos trabalhadores metalúrgicos na Viena Siderúrgica, em Açailândia-MA, que teve início à meia-noite da segunda-feira (14), chegou ao fim na terça-feira (15) após as reivindicações serem aceitas pelo sindicato patronal.

Os companheiros reivindicavam o aumento de 35% sobre o salário registrado na carteira de trabalho. O valor equivale à perda salarial ocasionada pela redução da jornada de trabalho de 8h para 6h diárias, que vigora desde agosto de 2009. Eles também reivindicavam o retorno da cesta básica que e o retorno da escala de trabalho em 08h, caso o primeiro pedido não fosse aceito.

A greve, que inicialmente envolvia apenas os trabalhadores na Viena, mas com a greve em andamento, outros trabalhadores de mais duas siderúrgicas, Fergumar e Cia Siderúrgica Vale do Pindaré, aderiram ao movimento, na última terça-feira.

Com a adesão, a população passou a tomar conhecimento dos problemas vivenciados pelos metalúrgicos, o que ocasionou, em uma manifestação popular com a chegada dos moradores da comunidade de Pequiá de Baixo.

Os moradores da região brigam na justiça há pelo menos cinco anos pelo reassentamento da comunidade em outro local, devido o grande grau de poluição emitida pelas empresas siderúrgicas do pólo industrial de Açailândia.

A greve ficou concentrada em um local estratégico, dificultando a entrada de veículos nas indústrias mencionadas. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Açailândia, Jarlis Adelino, convocou na manhã do dia 15 uma mediação com o sindicato patronal e o Ministério Público do Trabalho, na tentativa de negociar a situação.

Divulgação

Trabalhadores obtiveram importantes conquistas após ação do Sindicato

Acordos

A reunião aconteceu na tarde do mesmo dia na sede do Sebrae e foi firmado um acordo com os moradores de Pequiá de Baixo. O sindicato patronal comprou um terreno de 38 mil metros quadrados para a construção de 350 casas, que será doado para a comunidade.

Já entre os metalúrgicos, as empresas se comprometeram com a categoria que até o dia 18 de março, todas as siderúrgicas do pólo industrial do Pequiá e filiadas ao Sifema terão suas jornadas de 08h diárias, sendo 6h normais e duas horas extras por dia de trabalho, acarretando assim o aumento de 35% sobre o valor bruto dos salários e o retorno imediato da cesta básica a todos os trabalhadores.

O pagamento dos dias e horas de produção durante a paralisação serão abonados sem prejuízo para os trabalhadores. Também foi acordado uma estabilidade de 60 dias com multa a favor do trabalhador no valor de R$ 1.640,00. Os trabalhadores também tiveram reajuste de 7%.

Logo após o pronunciamento do presidente do Sindicato, houve uma grande carreata nas principais ruas da cidade durante boa parte da noite.

“Avaliamos que esse movimento foi um sucesso, os trabalhadores passaram a ser mais informados e estão perdendo o medo. Tivemos sucesso graças a coragem de 253 trabalhadores que iniciaram a greve e deram coragem para os demais e a própria comunidade que não aguentavam mais aquela situação”, disse Jarlis Adelino.

Todas as ações, desde chamada para greve, até a efetivação do acordo foi coordenada pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Açailândia.

Valter Bittencourt - Imprensa CNM/CUT