Aposentados chilenos recebem menos que o mínimo
Publicado: 18 Outubro, 2017 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
O Chile foi o primeiro país do mundo a privatizar o sistema de Previdência. No início da década de 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet, o regime vigente, parecido com o brasileiro, foi substituído por outro no qual cada trabalhador faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual, em vez de ir para um fundo coletivo.
Até então, esse sistema de aposentadoria só existia em livros teóricos de economia. Enquanto fica guardado, o dinheiro do trabalhador é administrado por empresas privadas, que podem investir no mercado financeiro.
Após 35 anos, o país vive uma situação insustentável, segundo sua própria presidenta, Michelle Bachelet, com aposentados recebendo valores muito baixos.
Hoje, todos os trabalhadores chilenos são obrigados a depositar ao menos 10% do salário por no mínimo 20 anos para se aposentar. A idade mínima para mulheres é 60 anos e para homens, 65 anos.
O que mais chama a atenção é que 90,9% dos aposentados recebem menos de 149.435 pesos (equivalente a R$ 761,22). O salário mínimo do Chile é de 264 mil pesos (equivalente a R$ 1.344,82). No ano passado, centenas de milhares de manifestantes foram às ruas da capital, Santiago, para protestar contra o sistema de previdência privada e exigir a criação de um novo mecanismo.
Como resposta, Bachelet, que já tinha alterado o sistema em 2008, propôs mudanças mais radicais, que podem fazer com que a Previdência chilena volte a ser mais parecida com a da era pré-Pinochet.
(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)