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Argentina quer taxar importação de carros brasileiros fora do acordo

Publicado: 09 Agosto, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O governo da Argentina publi­cou um decreto na semana passa­da com o objetivo de diminuir a importação de carros produzidos no Brasil. A medida busca cobrar garantias das montadoras de que as multas sobre o excesso de veícu­los sejam pagas antecipadamente ao que estava acordado entre os dois países.

“Em um momento de mercado interno brasileiro em baixa, as exportações têm sido uma alter­nativa para a produção brasileira”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Maicon Mi­chel Vasconcelos da Silva.

“É um componente a mais que pode impactar negativamente no nível de emprego dos trabalha­dores do setor, pois o acordo é de longo prazo exatamente para poder absorver as mudanças de mercado dos países e fazer os ajustes necessários”, explicou.

Brasil e Argentina renovaram o acordo automotivo em junho do ano passado, com validade até 2020. O País pode vender com isenção de impostos, no máximo, US$ 1,5 para cada US$ 1 impor­tado do país vizinho.

O dirigente ressaltou que a União de Nações Sul-Americanas, a Unasul, e o Mercado Comum do Sul, o Mercosul, deveriam servir como espaço de diálogo para o desenvolvimento econômico con­junto da América Latina.

“Se o papel das entidades efeti­vamente fosse cumprido, com distribuição de renda entre o povo e melhoria de vida da classe traba­lhadora, medidas unilaterais como essa não aconteceriam”, disse.

“Agora na Argentina e no Brasil existem governos que tem como objetivo precarizar as relações de trabalho e tirar direitos históricos conquistados pelo povo em favor dos mais ricos”, prosseguiu.

A Argentina é o principal des­tino das vendas de veículos pro­duzidos no Brasil para o exterior. Neste ano, corresponde a cerca de 70% do total exportado. A tarifa para as empresas que exportarem acima do limite do acordo é de 24,5% sobre cada veículo a mais.

“A tarifa só deveria ser paga depois do acordo, em junho de 2020, e a medida argentina exige que o pagamento seja antecipado em uma espécie de caução, que será devolvido se as importações se ajustarem até o fim do acordo”, disse.

No primeiro semestre do ano, as exportações de veículos do Bra­sil para a Argentina registraram 271,2 mil unidades, 41,2% maior em relação ao mesmo período do ano passado.

(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)