MENU

Autopeças: compra da Continental pode ter sido inoportuna

Publicado: 27 Janeiro, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O sucesso do Schaeffler Group em obter o controle do conselho de diretores da Continental deixa a companhia com o que pode ser um desafio ainda mais difícil: fazer a combinação de U$ 15,6 bilhões com a segunda maior fabricante de peças de automóveis funcionar.

A Schaeffler, que é dona de 90,2% das ações da Continental, ganhou quatro cadeiras, inclusive a presidência, no conselho supervisor da Continental em uma reunião de emergência no dia 24 de janeiro. A Continental também anunciou a saída do diretor financeiro Alan Hippe.

A Schaeffler, de propriedade da bilionária Maria-Elisabeth Schaeffler e de seu filho Georg, acumulou 11 bilhões de euros(US$ 14 bilhões) em dívidas devido à compra da segunda maior fabricante de autopeças da Europa, uma quantia que excede as vendas anuais da empresa. A Continental e a Schaeffler, combinadas, devem aos bancos cerca de 22 bilhões de euros uma vez que a indústria de automóveis luta contra a pior crise e mais de uma década.

"Há muito trabalho a ser feito", disse Michael Tyndall, analista da Nomura securities. "Eu tenho dificuldade em ver como duas companhias em dificuldade com dívidas enormes vão resistir a esse ambiente".

As vendas de carros na Europa caíram 18% em dezembro, arrastando os registros relativos a todo o ano para o patamar mais baixo em 15 anos. A forma brusca que o colapso assumiu forçou as montadoras, incluindo a Volkswagen, maior cliente tanto para a Continental quanto para a Schaeffler, a fechar suas fábricas para se livrar dos estoques dos carros que não haviam sido vendidos.

Fonte: Gazeta Mercantil