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Bosch: trabalhadores de Alcalá esperam por resposta da empresa

Publicado: 20 Junho, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

Vários representantes da FM/CC.OO (Comisiones Obreras), da MCA-UGT da fábrica de Robert Bosch de Alcalá de Henares e do sindicato alemão IG Metall, reuniram-se hoje com o diretor geral e financeiro da divisão de Gasolina e Sistemas da Bosch (a que pertence à fábrica alcalaína), Rubrecht Hammerbacher, para negociar alternativas à mudança da produção da planta.

Na reunião, a delegação sindical entregou aos representantes do grupo Bosch, um dossiê que demonstrava a viabilidade da fábrica, que foi a mais rentável do grupo na Espanha entre os anos de 1994 e 2001, cuja perda de competitividade se deve tão sós à falta de inversões e introdução de novas linhas de produtos por parte da multinacional alemã. O grupo Bosch pretende mudar 250 dos 417 trabalhadores que tem em Alcalá de Henares e pré-demitir outros 152 depois do fechamento da planta.

A direção da divisão Gasoline Systems da Bosch se comprometeu a enviar à direção espanhola da planta, as preocupações e alternativas planejadas pelos trabalhadores, que passam pela manutenção do tipo de válvulas de gasolina que agora mesmo fabricam (cada um tem uma vida útil de quatro anos) e o aumento da produção de filtros de 7,5 milhões atuais para 25 milhões.

Os sindicalistas conseguiram que o grupo reconheça a profissionalidade da planta, mas disseram ao grupo Bosch a incoerência do plano que pretendem levar a cabo, que contempla a concentração da produção dos centros de Alcalá e Aranjuez sem que tenham inversões estabelecidas, que garantam uma capacidade de produção suficiente para a manutenção do emprego em Aranjuez.

Por meio de uma viagem de ônibus de 2 mil quilômetros, até Stuttgart, os trabalhadores de Alcalá Henares têm dado por cumprido parte de seus objetivos: reunir-se diretamente com o grupo Bosch e denunciar as decisões tomadas em base a uma política de deslocamentos para países de baixo custo.

A Federação Minerometalúrgica da CC.OO, que tem organizado este protesto junto com seus delegados sindicais e os da UGT na fábrica, os sindicatos franceses CGT e CFDT e o sindicato alemão IG Metall, querem enviar sua satisfação pelo êxito de uma ação pioneira no mundo como é a mobilização dos trabalhadores de uma maneira internacionalmente coordenada para denunciar este tipo de decisões na mesma sede da multinacional que dirige seus centros de trabalho.

Os sindicatos franceses e alemães mostraram nesta manhã em uma concentração celebrada antes da reunião de solidariedade com os trabalhadores espanhóis, e se comprometeram a trabalhar conjuntamente para evitar o fechamento da fábrica alcalaína. Da mesma maneira, os sindicatos espanhóis se uniram à causa de seus homólogos, que sofrem problemas similares aos da planta madrilenha.

Ao voltar para a Espanha, os trabalhadores da Bosch Alcalá continuarão com seus protestos e reivindicações até obter uma solução que garanta a continuidade da fábrica e dos postos de trabalho.

Fonte: FM/CC.OO