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Petroleiros ocupam Câmara dos Deputados em defesa do pré-sal

Publicado: 04 Outubro, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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Petroleiros tentam impedir a aprovação da abertura do pré-sal para as multinacionais 

Petroleiros de vários estados e movimentos sociais estão acampados na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (4), dia em que deve ser votado o projeto de lei que muda as regras de exploração do pré-sal, tirando a obrigatoriedade de participação da Petrobras e abrindo o negócio a empresas estrangeiras.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos estão em Brasília desde ontem, tentando mais uma vez impedir a aprovação do texto. Na semana passada, o CEO da Shell, Ben van Beurden, se reuniu com Michel Temer e anunciou investimentos da petroleira no Brasil. Em outras palavras, agradeceu pela abertura do pré-sal (leia mais).

Em artigo para o 247, o presidente do Clube de Engenharia e uma das maiores lideranças em defesa do pré-sal, Pedro Celestino, aponta "gestão temerária" de Pedro Parente à frente da estatal e critica duramente o plano anunciado pela companhia para os próximos anos, que prevê vendas de diversos ativos.

Na semana passada, Pedro Parente desdenhou da importância do pré-sal, cuja produção só registra recordes, para o Brasil. "Houve um certo endeusamento do pré-sal, quando temos em outras áreas da empresa campos excelentes, como na Bacia de Campos. Existe uma parte de investimentos no pré-sal que traz 

Votação
A votação no plenário da Câmara dos Deputados do Projeto de Lei do Senado (PLS) 4567/2016, que trata da abertura do pré-sal para as multinacionais, foi adiada para esta terça-feira (4). A decisão foi oficializada por volta das 20h20 desta segunda-feira (3), após a reunião semanal de líderes partidários com a presidência da Casa, que foi representada pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Mesmo com o adiamento, a discussão do texto pelos deputados começou no início da noite.

As articulações em torno do PLS 4567 têm marcado um intenso jogo de forças entre governo e oposição na Câmara. Para ser aprovado, o projeto precisa apenas de maioria simples (257 votos), mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem dito que não irá colocar a matéria para consulta em plenário com menos de 400 parlamentares presentes. O cálculo resulta do receio do fracasso da proposta. Até as 20 horas desta segunda, apenas 226 deputados haviam confirmado presença.

A baixa representatividade provocou o adiamento da votação, mas não inviabilizou o plano dos governistas de agilizar o quanto antes a tramitação do PLS. A ansiedade política da base do governo vem sendo bastante criticada pela oposição.

"Esse projeto diz respeito ao futuro do Brasil, da economia brasileira e diz respeito a uma riqueza fundamental pro futuro do nosso povo, por isso não pode ser discutido e votado na base da pressa. Não é assim que se vota uma matéria dessa gravidade. Lamento que essa decisão tenha sido tomada pelo presidente Waldir Maranhão. Não é a primeira vez que ele toma uma decisão equivocada", criticou o líder da Rede na Casa, Alessandro Molon (RJ), acrescentando que a oposição vai tentar obstruir a sessão esta noite.

Ele e os demais líderes da oposição tentaram negociar o início da discussão do PLS somente para esta terça, mas foram vencidos pelas vozes governistas no encontro. "Infelizmente, a posição do governo é de força, de não aceitar uma ponderação de diálogo. Eles não querem fazer um debate transparente e que possa envolver todos os parlamentares da Casa, por isso estão forçando pra começar hoje. Eles têm pressa", acrescentou Molon.

Antes do encontro das lideranças, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) criticou a possível votação do pré-sal para hoje e garantiu que haverá resistência em plenário. "Nem sei por que marcaram uma votação dessas para uma segunda-feira após as eleições. (…) Haverá obstrução com certeza", afirmou o líder do PSOL na Casa.

Governo
Após a reunião, o líder do governo, André Moura (PSC-SE), afirmou apenas que "a discussão precisa avançar". Apesar do barulho da oposição, ficou acordado entre os líderes que o debate sobre o PLS 4567 abrirá a pauta da sessão desta terça-feira (4), devendo ser o segundo item da votação.

(Fonte: Brasil 247, com informações do Brasil de Fato)