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Campanha salarial: greve dos metalúrgicos do Espírito Santo completa 26 dias

Publicado: 11 Janeiro, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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 Nesta segunda-feira, trabalhadores protestaram na portaria da Vale

A greve dos metalúrgicos do Espírito Santo, que teve início no dia 17 de dezembro, chegou ao seu 26° dia nesta segunda-feira (11) e sem previsão para acabar. A categoria, que reivindica 10,3% de reajuste salarial, está em campanha salarial desde o dia 1º de novembro do ano passado. Além do reajuste, os metalúrgicos reivindicam auxílio-alimentação no valor de R$ 300 e plano de saúde com custo zero para todos.

“Durante todos estes dias, observamos a intransigência do Sindifer (sindicato patronal), que além de desconsiderar o diálogo, mantém a mesma proposta sem apresentar avanços. Várias empresas do setor demonstraram que têm condições de cumprir com a proposta do Sindicato e, inclusive, oferecerem acordos específicos”, afirmou Roberto Pereira de Souza, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo e secretário de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT). A proposta patronal é de reajuste inferior à inflação e ainda de forma parcelada: 7,5% no total, sendo 4% em dezembro e 3,5% em março. Os mesmos 7,5% também seriam aplicados em outras cláusulas, como vale alimentação.

Ainda de acordo com o dirigente, o sindicato patronal tentou criminalizar a greve dos metalúrgicos, quando ingressou com a ação de dissídio coletivo, mas não conseguiu. “A luta da categoria foi reconhecida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 17ª Região que, no último dia 30 de dezembro, reconheceu a greve como legal”, disse. “O TRT esclareceu que a greve é um direito de todo trabalhador e que seu objetivo é exatamente exercer pressão sob os empregadores, visando a defesa ou conquista de interesses coletivos”, completou o dirigente.

O Sindicato negocia os acordos coletivos específicos com a ArcelorMittal Tubarão, ArcelorMittal Cariacica, Usiminas, Gerdau e Samarco, além das convenções coletivas da indústria metalúrgicos e do setor naval, ambas negociadas com o Sindifer. Além disso, há também a convenção coletiva do setor de reparação de veículos e implementos rodoviários, negociada com a entidade patronal Sindirepa.

Repressões
Durante protesto dos metalúrgicos em frente à Vale, em Carapina, na manhã desta segunda-feira (11), a polícia militar rompeu com o bloqueio dos trabalhadores na portaria da empresa e liberou os acessos à mineradora. O ato dos trabalhadores acontecia de maneira pacífica.

“Essas ações de tentar fragilizar a greve estão ocorrendo desde o início. A categoria está enfrentando a pressão, os interesses das empresas e também a ação repressiva do governo do estado”, disse o presidente do Sindicato.

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PM cercou Sindicato dos Metalúrgicos para impedir protesto dos trabalhadores


Segundo Souza, todos os dias viaturas da polícia são enviadas à portaria da sede do Sindicato para reprimir os dirigentes sindicais e trabalhadores da entidade. “Eles querem tentar impedir o cumprimento dos direitos legítimos de greve e livre manifestação dos trabalhadores. Mas não vão conseguir. Estamos firmes na luta”, garantiu.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT, com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo)