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Clube de Engenharia: omissão de Temer e BNDES ameaça programa nuclear brasileiro

Publicado: 14 Dezembro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O site Clube da Engenharia publica artigo no qual denuncia o descaso do governo Temer e do BNDES com as obras da Usina de Angra 3. "A Eletronuclear precisa pagar até a próxima sexta-feira (15) ao BNDES mais R$ 30 milhões de juros para amortizar sua dívida junto ao banco pelo empréstimo para a construção de Angra 3, prejudicada pelas interrupções das obras de construção civil que refletiram no atraso na montagem da usina"

Ao fazer este pagamento, a empresa compromete completamente o seu fluxo de caixa, porque o que arrecada com as usinas Angra 1 e Angra 2 não dá para fazer frente a todos os seus compromissos e mais as despesas de manutenção dos equipamentos de Angra 3. "Com a falta de combustível nuclear, reservatórios baixos e com as novas hidrelétricas operando a fio d'água, poderá haver um novo apagão, já que se espera que a economia do país retome seu giro de crescimento", escrevem os engenheiros.

"Para evitar um apagão e a quebra da maior companhia nuclear da América do Sul, o governo dá as costas, se omite. Não posição do governo. Mesmo sabedor do problema e das gravíssimas consequências, o BNDES trata o caso como se fosse um empréstimo à JBS ou a uma empresa privada qualquer. A questão estratégica nuclear do país parece não interessar resolver". Para o Clube de Engenharia, estão enterrando o programa nuclear brasileiro.

A Eletronuclear comunicou formalmente o problema ao Diretor Geral da ONS, Luiz Eduardo Barata Ferreira, no dia 21 de novembro. O assunto era “A Grave Situação Econômico-Financeira da Eletronuclear”. 'A Comissão Mista do Orçamento (CMO) ignorando a recomendação do TCU, que havia liberado todo planejamento para as obras de montagem, apresentará um Projeto de Lei para liberar cinco grandes obras. Entre elas, a usina de Angra 3. O que se espera agora é que este bom senso permaneça e seja aprovado".

"A insensibilidade do governo é enorme. As cidades de Angra dos Reis, Rio Claro e Paraty, por não receberem as contrapartidas da Eletronuclear, estão comendo o pão que o diabo amassou", critica o Clube de Engenharia. Há um vigoroso apoio da Abdan, da Aben, da Nuclep, da própria INB – que também ficaria inviabilizada – da CNEN, sindicatos de trabalhadores, toda cadeia de fornecedores da Eletronuclear e da área militar da Marinha do Brasil, responsável pelo desenvolvimento de muitas tecnologias nucleares nacionais. O congresso já se mobilizou. Só faltam as palavras do governo, através do Ministério das Minas e Energia e do próprio presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.

(Fonte: Brasil 247)