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CNM/CUT forma primeira turma de dirigentes no combate ao racismo

Publicado: 02 Junho, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
Durante a semana, turma discutiu temas polêmicos sobre racismo Durante a semana, turma discutiu temas polêmicos sobre racismo
Durante a semana, turma discutiu temas polêmicos sobre racismo 

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) formou na última sexta-feira (30) a primeira turma do curso de Combate ao Racismo para Construção da Igualdade Racial.  O curso, que começou na segunda-feira (26), foi realizado no Instituto Cajamar (SP) e formou 30 dirigentes de todo país.

No final da atividade, a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos, reforçou a importância da criação do Coletivo Nacional de Igualdade Racial, que será formado no segundo módulo do curso, previsto para novembro. “O curso teve como objetivo contribuir para o fortalecimento do debate da questão racial nos sindicatos e federações e, com isso, criar o Coletivo. É compromisso do movimento sindical lutar pela igualdade, mas, para isso, é necessária uma formação solida sobre o tema que nos faça refletir sobre o que acontece no nosso dia a dia”, disse.  

No ato de entrega dos certificados, o secretário de Juventude da CNM/CUT, Leandro Soares, falou sobre a importância da articulação entre as secretarias da Confederação. “Não podemos discutir ações individuais. Por isso, é o coletivo que faz a diferença na luta pelos nossos direitos. São temas que tem interface e nos unem para a mesma luta. A interação entre as secretarias de Mulher, de Juventude, da Igualdade Racial e de Formação da CNM/CUT é necessária para fortalecer o diálogo e as ações conjuntas com os sindicatos e federações”, falou.

No primeiro módulo foram abordados temas como a contribuição dos africanos para o desenvolvimento humano universal, colonialismo e luta de classes, racismo no Brasil; a luta dos trabalhadores e a questão racial e desafios contemporâneos para a promoção da igualdade racial. Além disso, o curso contou com diversas dinâmicas para interação em grupo. Uma delas foi o teatro-fórum, que socializou entre os dirigentes as histórias de vida relacionadas ao racismo.

Crédito: CNM/CUT
Grupo participou de diversas dinâmicas de integraçãoGrupo participou de diversas dinâmicas de integração
Grupo participou de diversas dinâmicas de integração durante a formação

Ao longo da semana, as aulas ministradas por Deivison Knosi, sociólogo, pesquisador e professor de história da África, levantaram debates sobre temas polêmicos, como racismo e religiões africanas. “São assuntos incômodos, mas é uma forma de reconhecer a cultura negra do país. A turma debateu de maneira respeitosa, sem deixar de problematizar os temas. O grupo identificou facilmente que existe o preconceito no cotidiano contra essas religiões e contra negros”, contou.

Com o objetivo fortalecer o Macrossetor da Indústria da CUT, formado por metalúrgicos, químicos, têxteis, trabalhadores na construção e na alimentação, sindicalistas das demais categorias também foram convidados para participar do curso.

Para Núbia Dyana Ferreira de Freitas, do Sindicato dos Químicos de São Paulo, o mais interessante do curso foi reunir os diferentes ramos em prol da  luta pela igualdade de raças. “Somos trabalhadores de meios diferentes, mas sofremos a mesma discriminação. O problema é igual e, por isso, a ação precisa ser comum. A união faz a força e a luta pertence a todos os trabalhadores”, disse.  

Já Ervano da Silva Melo, do Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus e diretor da CNM/CUT, destacou que o debate sobre igualdade racial é novo na sua base e precisa ser aprofundado. “É fundamental discutir o assunto para não disseminar o preconceito. Não podemos persistir em mitos que foram impostos pela sociedade branca. Saio do curso com o aprendizado de que é preciso entender a história para transmitir com mais clareza aos companheiros os assuntos que foram ensinados em aula”, relatou.

O dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo (RS) Nelson Araújo Farias, destacou o contato com diferentes realidade regionais. “Percebi que o racismo é maquiado de maneira distinta em cada região. Independende do lugar, o problema é o mesmo e, por isso, precisamos pensar de maneira coletiva para diminuir e, posteriormente, erradicar esse mal”, avaliou.

Presenças
Alguns dirigentes e assessores da CNM/CUT marcaram presença durante o curso para saudar os participantes do curso. Na abertura, o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, enfatizou a importância da história para aprofundar a consciência sobre a questão racial no país. “Não é uma atividade somente para negros. É um curso para aqueles que militam na área, para quem é contra o racismo e acredita que a sociedade não deva ter desigualdades. É uma discussão que precisa sair da sala de aula e ser repassada aos companheiros e companheiras que não tiveram a oportunidade de estar aqui”, comentou.

Crédito: CNM/CUT
Na abertura, Paulo Cayres enfatizou formação sobre o tema para dirigentes Na abertura, Paulo Cayres enfatizou formação sobre o tema para dirigentes
Na abertura, Paulo Cayres enfatizou formação sobre o tema para dirigentes 


Em seguida, foi a vez do presidente do Inspir (Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial), Ramatis Jacino, que fez um breve relato sobre as ações do Instituto. “O Brasil é uma mistura racial. A missão do Inspir é proporcionar conhecimentos aos dirigentes sindicais para a luta eficaz contra a discriminação, com ética, visão humana e social. Somos agentes multiplicadores que quer uma sociedade desenvolvida, justa e diversa”, salientou.

Em nome da secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia Reis Nogueira, a assessora da pasta, Leandra Perpétuo, participou do curso no último dia 29 e divulgou aos participantes as ações da Central em relação ao tema. “A secretária tem fomentado ações em relação à lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da história africana no Brasil. Além disso, estamos debatendo o atendimento de saúde da população negra no SUS (Sistema Único de Saúde).  É preciso discutir o negro na sociedade e, principalmente, em relação as políticas públicas”, falou. 

(Fonte: Shayane Servilha - assessoria CNM/CUT)