CNM/CUT recebe sindicalistas suecos e estreita relações com o IF-Metall
Delegação sueca está no Brasil para aprofundar parceria sindical também no acompanhamento da produção dos aviões caças comprados pelo governo.
Publicado: 17 Fevereiro, 2014 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Crédito: CNM/CUT |
Paulo Cayres destaca solidariedade |
Paulo Cayres (de preto) fala das profundas transformações do Brasil |
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) recepcionou nesta segunda-feira (17) uma delegação de quatro sindicalistas do IF-Metall, o sindicato dos metalúrgicos da Suécia.
Conny Holm, Göran Gustavsson, Anders Ferbe e Mats Svensson permanecem no país até quinta-feira (20). A viagem foi marcada para estreitar as relações do IF-Metall com a CNM/CUT e para que as duas entidades possam debater o acompanhamento do processo de produção dos aviões caças supersônicos Gripen, encomendados pelo governo brasileiro da sueca Saab. O anúncio da compra das 36 aeronaves para a Força Aérea Brasileira foi feito em dezembro último.
Na tarde desta segunda-feira, os quatro sindicalistas estiveram na sede da Confederação, em São Bernardo do Campo (SP), onde foram recepcionados pelo presidente, Paulo Cayres, e pelo secretário geral e de Relações Internacionais, João Cayres.
Além de comemorarem a decisão da presidenta Dilma Rousseff de escolher o modelo e as condições ofertadas pela Saab, os dirigentes suecos destacaram a importância econômica do Brasil para o mundo e elogiaram o modelo de desenvolvimento social adotado pelo país.
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Importância do Brasil no cenário mundial foi destacada no encontro |
Importância crescente do Brasil no cenário mundial foi destacada no encontro |
Desenvolvimento brasileiro
No encontro, além de apresentar aos sindicalistas do IF-Metall como é a estrutura organizativa da CNM/CUT e as ações empreendidas ao longo dos quase 22 anos da entidade, os dirigentes brasileiros relataram as profundas transformações que o Brasil está vivendo desde 2003, quando o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência do país.
Paulo Cayres relatou que, enquanto o mundo perdeu 62 milhões de postos de trabalho desde a crise de 2008, no Brasil foram gerados 11 milhões de novos empregos, por conta das medidas de desenvolvimento adotadas por Lula e por Dilma Rousseff. “Chegamos a uma taxa de desemprego de 4,3% em dezembro de 2013”, disse o presidente da CNM/CUT.
Ele lembrou, no entanto, que entre os desempregados do país, a maioria é de jovens, o que é um desafio para o governo. Cayres citou as manifestações de junho do ano passado como um exemplo de que a juventude brasileira quer mais avanços no país. “Os jovens já pegaram o copo cheio até a metade e não sabe que as gerações passadas tinham o copo vazio. Mas eles querem o copo todo cheio, o que é legítimo também”, exemplificou.
O presidente da CNM/CUT falou também que o movimento sindical cutista reconhece que o país se desenvolveu astronomicamente nos últimos 11 anos e que as transformações melhoraram muito a vida das famílias brasileiras dentro de suas casas. “Mas ainda há deficiências do lado de fora das casas, na educação, na saúde e na segurança pública”, reconheceu Paulo Cayres.
Ele lembrou, contudo, que os serviços públicos começaram a ser sucateados no Brasil ainda durante a ditadura militar, entre as décadas de 1960 e 1970, e que reverter isso não é um processo que se dá com rapidez. “Mas os royalties do petróleo para a educação (75%) e a saúde (25%) vão contribuir muito para continuar mudando esse quadro”, completou.
O secretário geral e de Relações Internacionais também destacou as melhorias nas condições de vida da maioria dos brasileiros e o quanto isso, por outro lado, tem revelado o preconceito da elite, que não se conforma com a ascensão social das classes menos favorecidas. “Esse ódio de classe fica cada vez mais evidente por meio da mídia tradicional que tenta boicotar o governo de todas as maneiras”, assinalou João Cayres.
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Encontro reafirmou parceria entre as duas entidades sindicais |
Encontro reafirmou parceria entre dirigentes das duas entidades sindicais |
Solidariedade
O presidente da CNM/CUT ressaltou ainda que os programas de inclusão social e de combate à fome e à miséria adotados pelos governos Lula e Dilma viraram referência mundial e que o Brasil dá uma lição às nações: “Nós ainda não resolvemos todos os problemas aqui – ainda estamos com o copo cheio até a metade – mas exercitamos toda a nossa solidariedade quando nosso governo leva seus programas para países e povos menos favorecidos, como os africanos”.
Os sindicalistas suecos, por sua vez, revelaram no encontro que têm “paixão pelo Brasil” e que desejam que o país chegue ao que é positivo na Suécia. Eles lembraram que – guardadas as devidas proporções – na Suécia há o que chamam de “desumanização dos serviços públicos” e que profissionais como os médicos não querem sair dos grandes centros urbanos. Disseram que lá também os jovens não têm memória do que o país atravessou para atingir o atual nível de desenvolvimento e que isso também é um desafio para o governo.
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Dirigentes suecos |
Dirigentes suecos destacam relação histórica com a CNM/CUT |
No entanto, fizeram questão de frisar a importância da parceria histórica entre a CNM/CUT e o IF-Metall e que a solidariedade entre os metalúrgicos dos dois países tende a crescer ainda mais com a produção dos caças Gripen, uma vez que a organização sindical foi envolvida em todo o processo de negociação que resultou na decisão do governo brasileiro pelo modelo sueco.
Programação
Nesta terça-feira (18), a delegação sueca visitará a fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, justamente onde o processo produtivo dos aviões suecos será viabilizado. Na quarta, eles estarão na Scania, em São Bernardo do Campo, e, acompanhados por Paulo Cayres, também vão se encontrar com o prefeito da cidade, Luiz Marinho, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Já na quinta-feira pela manhã visitarão as instalações da TVT (TV dos Trabalhadores) e à tarde devem se encontrar com o secretário de Relações Internacionais da CUT Nacional, João Felício. Nesse mesmo dia, embarcam para a Suécia.
(Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)