MENU

Co-presidente da EADS teme conseqüências de possíveis greves

Publicado: 05 Março, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

O co-presidente alemão do grupo europeu EADS, Thomas Enders, alertou os sindicatos para as graves conseqüências da realização de greves em suas fábricas para protestar contra a anunciada redução de postos de trabalho na empresa.

'Somos altamente vulneráveis', afirmou Enders em declarações à revista alemã 'Focus'. Ele ressaltou que, com o alto número de encomendas e os prazos curtos de entrega, 'longas greves afetariam a empresa muito sensivelmente e obrigariam a retroceder até mais'.

'Isso também não é de interesse dos trabalhadores', comentou o co-presidente da EADS.

Na sua opinião, não há motivos para especular sobre o fechamento de fábricas. 'Não eliminamos instalações, não despedimos ninguém, simplesmente fizemos uma mudança', garantiu.

Ele prometeu que as unidades afetadas poderiam ter um futuro fora do grupo Airbus. 'Poderiam trabalhar para outros fabricantes, como a Boeing', sugeriu.

Reconhecendo 'graves erros de gestão' no grupo, como no caso do modelo de avião gigante A380, ele criticou também o sistema de dupla Presidência da EADS. 'Não defendo nossa cúpula dupla. Tanto Louis Gallois quanto eu estaríamos mais à vontade como único chefe', afirmou.

O co-presidente de EADS defende que os acionistas estatais abandonem o grupo. Ele citou o exemplo da Boeing, que há alguns anos passou por uma crise. 'Ninguém em Washington teve a idéia de intervenção estatal', disse.

Presidente da Airbus critica interferências

O presidente do consórcio europeu Airbus, Louis Gallois, criticou as 'interferências políticas' no plano de reestruturação anunciado nesta semana, o Power 8, que tem a previsão da redução progressiva de dez mil trabalhadores até 2010.

Gallois afirmou que 'os conflitos nacionais existentes são um veneno para a companhia', referindo-se à tentativa individual dos países integrantes do consórcio - Inglaterra, Espanha, França e Alemanha - com posicionamento para 'cada um salvar sua parte na empresa, o que provocou esta situação de redução de empregos e fechamento de unidades produtoras'.

Em entrevista concedida ao diario británico Financial Times, Gallois indicou que ficou 'muito surpreso' ao perceber que cada governo dizia que pretendia a melhor parte do bolo, sem querer saber o tamanho. De qualquer modo, ainda segundo  o executivo, o mais importante é a sobrevivência da empresa depois de 20 anos, com a criação de condições para o seu futuro.

Nos cortes previstos pelo plano, 3.200 empregos correspondem à França, 3.700 para a Alemanha, 1.600 ao Reino Unido, 400 para a Espanha e mais 1.100 da central Airbus, em Toulouse. Deste total, cinco mil empregos temporários terão aplicação imediata.

O plano de redução de custos da Airbus exige uma dotação de 680 milhões de euros a serem aplicados neste primeiro trimestre.

Fontes: Agência EFE e Brasilturis