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Companhia Siderúrgica Nacional planeja elevar produção de minério

Publicado: 16 Setembro, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Companhia Siderúrgica Nacional será cada vez mineradora. Não se trata de mudança de foco. Muito ao contrário. "O objetivo é justamente contemplar reserva mineral suficiente para sustentar o plano de negócios da empresa", afirma Rogério Mendes Carvalho, gerente-geral de Novos Negócios da CSN. Essa meta de expansão abriu caminho para que também cresça o negócio da exportação transoceânica de minério de ferro.

A companhia revalidou os estudos geológicos da mina de Casa de Pedra, em Congonhas (MG), considerada uma das melhores jazidas de ferro do mundo. A CSN trabalhava com o número de 440 milhões de toneladas de minério. Depois de auditoria da Golder Associates, sabe que dispõe de 1,6 bilhão. Com essa referência, a extração anual será acelerada.

Da faixa de 16 a 17 milhões de toneladas neste ano, o projeto de expansão mineral prevê a produção de 30 milhões de toneladas em 2009, 40 milhões em 2010, 50 milhões em 2011 até chegar ao marco de 70 milhões em 2012.

Com esse perfil, Casa de Pedra se tornará um pólo minero-siderúrgico. Os investimentos até 2012 somam US$ 2,970 bilhões. Esses recursos serão aplicados em quatro frentes: a preparação da própria mina, o aprimoramento da usina de beneficiamento, a construção de duas unidades de pelotização -cada uma com capacidade para processar 3 milhões de toneladas por ano- e a logística do porto de Itaguaí (RJ). Até meados deste ano, US$ 737 milhões haviam sido aplicados.

Embarques

Segundo Carvalho, em 2012 a CSN planeja destinar 8,5 milhões de toneladas de minério de ferro para o complexo siderúrgico de Volta Redonda (RJ), 7,2 milhões para a primeira usina de placas da companhia, 3 milhões para a segunda -uma instalada no parque industrial de Congonhas e outra no porto de Itaguaí- e 4,5 milhões para outros negócios.

Serão 23,2 milhões de toneladas para o mercado doméstico, um segmento cada vez mais atrativo -a tonelada de minério de ferro está na faixa de US$ 50 a US$ 60, três vezes o preço praticado na década passada. Para exportação, haverá 46,8 milhões. Isso sem contar qualquer participação da CSN na Namisa (Nacional Minérios S.A.), subsidiária localizada no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais e que vem sendo disputada por várias empresas.

"A demanda global vai continuar apertada", afirma Carvalho. Muitos projetos para expandir a produção de minério de ferro enfrentam atrasos. Falta engenharia. Pela demanda elevada, os fornecedores de equipamentos não conseguem entregar as encomendas nos prazos prometidos. Os atrasos estão na média de um ano. "Qualquer evento extraordinário, como um acidente em mina importante, monções na Índia que interfiram na produção ou elevação de demanda na China, representa um desafio."

Os chineses devem continuar como fator firme de demanda. Embora prefiram usar o próprio ferro extraído no país, é pobre a qualidade do minério produzido de suas minas. O teor de pureza era de 25% a 30% no começo da década. Atualmente, é de 15% a 17%, relata Carvalho. Na mina de Casa de Pedra, o teor de pureza chega a até 68%.

Fonte: Folha de São Paulo

CSN