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Confederação intensifica ações internacionais para fortalecer luta dos metalúrgicos

Com coletiva à imprensa nesta quinta sobre a Nissan nos EUA, CNM/CUT encerra outubro com a participação em série de eventos que estreitaram laços com trabalhadores de todo o mundo.

Publicado: 29 Outubro, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) participa, nesta quinta-feira (31), de coletiva à imprensa que apresentará relatório sobre as ações da direção da Nissan em Canton (Mississipi, EUA), que violam direitos internacionais dos trabalhadores. Com esta atividade, os metalúrgicos cutistas encerram o mês cumprindo uma extensa agenda de atividades internacionais, que reafirmam a política da entidade de promoção de lutas e solidariedade entre trabalhadores de diversos países.

A coletiva, em conjunto com representantes de outras centrais sindicais, faz parte da campanha internacional contra as práticas antissindicais naquela unidade da Nissan, que é encabeçada pela UAW (United Auto Workers), o sindicato dos trabalhadores nas montadoras dos EUA. Ela acontecerá na sede da Força Sindical, em São Paulo, às 11 horas.

A campanha pelo respeito aos direitos sindicais dos metalúrgicos norte-americanos – iniciada em janeiro – é uma das ações internacionais das quais a CNM/CUT tem participado ativamente, por entender que é preciso estreitar os laços com entidades sindicais de outros países, dada a importância de uma atuação conjunta dos trabalhadores em nível internacional.

Confira, a seguir, as demais atividades de cunho internacional que teve a presença dos metalúrgicos cutistas:

Não ao trabalho precário

Crédito: Yolanda Moretto - CNM/CUT
Atividades começaram no Dia Mundial de Combate ao trabalho PrecárioAtividades começaram no Dia Mundial de Combate ao trabalho Precário
Manifestação em São Paulo no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Precário

O mês começou com a participação da CNM/CUT no ato que marcou o Dia Internacional de Combate ao Trabalho Precário, em 7 de outubro em São Paulo (SP), organizado pelas centrais sindicais atendendo proposta da IndustriALL Global Union – a entidade internacional dos metalúrgicos, químicos e têxteis. Nesse mesmo dia, a Confederação também esteve presente em mais um ato em frente a uma concessionária da Nissan, na capital paulista, como reforço à campanha da UAW.

Alemanha

Crédito: Divulgação
Intercâmbio com a DGB na AlemanhaIntercâmbio com a DGB na Alemanha
Trabalhadores metalúrgicos e químicos da CUT em intercâmbio com a DGB na Alemanha

Também no dia 7, teve início mais uma etapa do Projeto “Promoção dos Direitos Trabalhistas na América Latina”, realizado pela DGB Bilduswerk, escola de formação da central sindical alemã DGB, em parceria com a Secretaria de Relações Internacionais da CUT Nacional (SRI/CUT), o Instituto Observatório Social (IOS), a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e a Confederação do Ramo Químico (CNQ/CUT).

Nessa data, 18 trabalhadores brasileiros embarcaram para a Alemanha para conhecer a estrutura sindical daquele país, apresentar a experiência sindical brasileira e dialogar diretamente com trabalhadores. A programação, organizada pela DGB e pelo IG Metall (sindicato dos metalúrgicos alemães), foi encerrada no dia 13 e nela os metalúrgicos e químicos da CUT apresentaram sua experiência na organização de redes sindicais de empresas multinacionais. Isso possibilitou ainda a discussão do papel das entidades dos trabalhadores para estimular a organização internacional de trabalhadores por empresa, setores e ramos de atividade.

Crédito: Divulgação
Redes sindicais foram tema de debate entre brasileiros e alemãesRedes sindicais foram tema de debate entre brasileiros e alemães
Redes sindicais foram tema de debate entre brasileiros e alemães


A delegação brasileira representou os trabalhadores das seguintes redes sindicais: Leone, Thyssen Krupp, Vallourec, Stihl, Weg, Linde Gases, CBC, Knauf, Shott, Henkel e Brasken. A avaliação dos trabalhadores cutistas é a de que este intercâmbio contribuiu para fortalecer as redes e também para a definição de novas estratégias de organização sindical.

Uruguai
A secretária de Formação da CNM/CUT, Michele Ciciliato, representou a entidade no Seminário Políticas Industriais Sustentáveis, entre os dias 16 e 17, em Montevidéu (Uruguai). Promovido pela IndustriALL e voltado para sindicalistas da América Latina e Caribe, o objetivo foi o de discutir o tema sob a perspectiva dos trabalhadores.

Para a IndustriALL, políticas industriais fortes são fundamentais para o crescimento e o desenvolvimento econômico das nações, mas necessariamente elas devem contar  com a participação dos trabalhadores e seus sindicatos.

Michele conta, que durante o Seminário, ficou claro que para a construção de uma política industrial sustentável é necessário considerar as esferas sociais, ambientais e econômicas. E que a igualdade de oportunidades e o respeito à organização sindical deve permear todo o debate do tema.

Para a IndustriALL, é preciso levantar junto às entidades filiadas  as prioridades sindicais referentes ao assunto e compartilhar estratégias eficazes para influenciar os governos.  No seminário, destacou-se também o papel das redes sindicais na construção de ações conjuntas e estratégias setoriais.

Os participantes avaliaram ainda que os trabalhadores devem intensificar suas ações internacionais para impedir retrocesso em sua organização sindical e nas negociações coletivas, como tentam os empresários em diversos países da região.

EUA

Crédito: Divulgação
Trabalhadores da Rede Mundial FordTrabalhadores da Rede Mundial Ford
Trabalhadores da Rede Sindical Mundial Ford

Fortalecendo o trabalho da CNM/CUT para a organização dos trabalhadores em redes sindicais, o secretário geral e de Relações Internacionais da entidade, João Cayres, participou nos dias 16 e 17, nos Estados Unidos, do encontro mundial da Rede de Trabalhadores na Ford.

O evento aconteceu em Detroit, onde fica a sede da UAW Ford (United Auto Workers), o braço do sindicato nacional dos trabalhadores em montadoras para a Ford. Dele participaram trabalhadores das plantas dos EUA, Alemanha, Tailândia, Canadá, África do Sul, Inglaterra, Bélgica, Rússia e Brasil.

Depois de reafirmarem a necessidade de fortalecer a rede de trabalhadores e as ações sindicais conjuntas, os participantes se reuniram com o CEO da empresa, Mark Fields, e o vice-presidente de Recursos Humanos, John Fleming, e com economistas da empresa. Eles apresentaram uma análise sobre as perspectivas da Ford para este ano. Segundo eles, nos EUA a empresa estima que crescerá cerca de 2,5% e, no Brasil, entre 3 e 3,8%, mas terá resultados negativos na Europa.

Os trabalhadores aproveitaram o encontro, para cobrar da empresa a mudança de postura da direção da unidade da Índia, que não reconhece o sindicato dos trabalhadores e tem adotado práticas contrárias à organização dos metalúrgicos. “Com a pressão que fizemos junto à direção mundial, conseguimos reverter as demissões que haviam feito naquele país”, informou o secretário da CNM/CUT que, neste encontro, representou os trabalhadores na Ford da América do Sul. Além dele, outro brasileiro presente foi Júlio Filho, representando os metalúrgicos na Ford em Camaçari.

No dia 18, João Cayres esteve em Pittsburgo para visitar a sede do USW (United Steelworkers), o sindicato dos trabalhadores no setor siderúrgico dos EUA e Canadá. Lá, ele reuniu-se com dirigentes das áreas de campanhas estratégicas e juventude para conversar sobre ações conjuntas de incremento da rede internacional de trabalhadores na Gerdau e também sobre uma parceria para intercâmbio entre jovens metalúrgicos dos três países. “Em breve, uma representação do USW virá ao Brasil para formalizarmos este convênio”, assinalou Cayres.

Argentina

Crédito: Divulgação
Em Buenos Aires, encontro de trabalhadores no setor automotivoEm Buenos Aires, encontro de trabalhadores no setor automotivo
Em Buenos Aires, encontro de trabalhadores no setor automotivo

O secretário de Relações Internacionais participou ainda, nos dias 22 e 23, do Encontro dos Trabalhadores no Setor Automotivo da América do Sul, realizado pela IndustriALL em Buenos Aires (Argentina) e do qual participaram 30 trabalhadores do Brasil, Argentina, Uruguai e Chile.
No evento, foi avaliada a situação dos trabalhadores nas montadoras e nas indústrias de autopeças e iniciado o debate para uma estratégia comum de atuação das redes e comitês sindicais do setor automotivo na região.

Unifor

Crédito: Yolanda Moretto - CNM/CUT
Delegação da Unifor em visita à CNMDelegação da Unifor em visita à CNM
Delegação da Unifor em visita à CNM

Também ao longo da última semana, a CNM/CUT esteve ao lado de delegação do Unifor, o novo sindicato de trabalhadores canadenses – que reúne trabalhadores das montadoras e de setores como comunicação, papel, energia e saúde – em visita feita ao Brasil.

O Unifor foi criado em Congresso realizado em setembro e que unificou a CAW (o sindicato dos metalúrgicos das montadoras) e o CEPS (sindicato que congregava as outras categorias). A visita ao nosso país foi organizada pela Confederação, parceira histórica dos metalúrgicos canadenses em programas de formação sindical. A nova entidade canadense representa 300 mil trabalhadores e se transformou na maior entidade sindical do setor privado.

Durante a semana, a delegação composta por oito pessoas, entre dirigentes e assessores sindicais, conheceu a estrutura da CNM/CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e foi recebida pelos prefeitos de São Bernardo e Santo André, Luiz Marinho e Carlos Grana – ambos ex-dirigentes sindicais metalúrgicos. Além disso, acompanhados do presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, os canadenses visitaram o Instituto Lula, onde se reuniram com o diretor Luiz Dulci (ex-ministro da secretaria geral da Presidência) para conhecer os projetos da entidade. Também estiveram na sede nacional do PT, em São Paulo.

Na última sexta-feira (25), a delegação encerrou formalmente a sua programação com visita à CNM/CUT para conhecer a sede da entidade em São Bernardo do Campo e ter mais detalhes sobre a estrutura organizativa dos metalúrgicos da CUT no Brasil.

Annie Labaj, diretora do Departamento Internacional da Unifor, disse que um dos pontos mais importantes da visita é a solidariedade internacional entre os trabalhadores. “Somos um sindicato novo e viemos ao Brasil porque queremos aperfeiçoar nossa forma de mobilizar os trabalhadores. Aqui, podemos aprender novas maneiras de fortalecer nossa luta e também trocar experiências”, assinalou.

Crédito: Yolanda Moretto - CNM/CUT
Paulo Cayres e Jenny Ahn, integrante da delegação do UniforPaulo Cayres e Jenny Ahn, integrante da delegação do Unifor
Paulo Cayres e Jenny Ahn, integrante da delegação do Unifor

Já Paulo Cayres avaliou que o intercâmbio entre entidades de países distintos contribuem para a formulação de ações conjuntas entre trabalhadores de uma mesma categoria e também de redes sindicais de empresas multinacionais. “A CAW manteve parceria com a CNM desde a fundação de nossa entidade, com destaque para o trabalho de formação sindical de mulheres. Tenho certeza de que agora, com a Unifor, esta parceria ganhará ainda mais qualidade, porque agregará experiências de outras categorias do Canadá”, avaliou o presidente da Confederação.

Um dos pontos mais discutidos no encontro foi a importância de atrair os jovens  trabalhadores para as lutas sindicais e a importância das redes sindicais no Brasil para o avanço da organização de classe.

(Fonte: Solange do Espírito Santo e Yolanda Moretto - assessoria de imprensa da CNM/CUT)