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Contra cortes e por reforma agrária, MST faz ocupações pelo país

Publicado: 17 Outubro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizam nesta terça-feira (17) uma série de ocupações por todo o país, para protestar contra cortes do governo Temer nas políticas da reforma agrária. As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas de Outubro, iniciada ainda na segunda-feira, para marcar o Dia Mundial da Alimentação Saudável e pela Soberania Alimentar.

Em pelo menos nove estados e no Distrito Federal, manifestantes ocupam  sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e outros órgãos ligados a políticas agrárias. Fazendas improdutivas também foram ocupadas, na Bahia, Mato Grosso e Goiás. 

Em São Paulo, cerca de 400 famílias de trabalhadores rurais estão na sede do Incra, em Santa Cecília, região central da cidade. Outras 300 ocupam a sede do instituto em Belo Horizonte. Em Brasília, segundo o MST, são aproximadamente mil manifestantes no Ministério do Planejamento, para também denunciar insatisfação com as mudanças previstas para as aposentadorias, com a proposta de reforma da Previdência do governo.

Ainda durante a madrugada, integrantes dos sem-terra ocuparam sedes do Incra em João Pessoa e Porto Alegre. Ontem (16) foi vez de Pernambuco, Alagoas e Bahia terem os seus institutos ocupados. “De 16 a 20 de outubro estamos em jornada unitária dos movimentos do campo que tem como objetivo pressionar o governo federal para restabelecer com prioridade o orçamento da política agrária”, afirma Atiliana Brunetto, da coordenação do MST.

De acordo com o movimento, o proposta de Orçamento da União para o ano que vem enviada pelo governo Temer ao Congresso traz cortes em em áreas consideradas fundamentais para viabilizar a produção de alimentos saudáveis e melhorar a qualidade de vida das famílias acampadas e assentadas. Na mira dos desmontes está a obtenção de terras, assistência técnica e a construção de unidades habitacionais e escolas nas zonas rurais.

Devastação
O MST diz que os recursos previstos para desapropriações de terra sofreram corte de 86,7%, de R$ 257 milhões em 2017, para apenas R$ 34 milhões no ano que vem. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi praticamente extinto, segundo a proposta de Orçamento, já que os recursos foram reduzidos de R$ 318,627 milhões, no ano passado, para R$ 750 mil neste ano. Os cortes na assistência técnica aos assentados também alcançam 85% e, nos projetos para a promoção da educação no campo, a redução chega a 86,1%.

Para a dirigente do MST no Rio Grande do Sul Silvia Reis Marques, a proposta do governo Temer, se aprovada, trará impactos irreparáveis para o campo e a cidade. "Ocorrerá a devastação das famílias camponesas e a exclusão de um processo produtivo de alimentos saudáveis e de cuidado com a terra. Isto vai refletir no conjunto da sociedade brasileira, porque quem produz 70% da comida são os pequenos agricultores e assentados."

(Fonte: Rede Brasil Atual)