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Correios: governo quer demitir 20 mil, fechar agências e terceirizar serviços

Publicado: 28 Março, 2019 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A solução para a arrecadação dos Correios crescer e cobrir a previsão de gastos futuros está dentro de casa, afirma o Secretário-Geral da Fentect-CUT. Basta o governo dar preferência aos serviços prestados pela empresa.

“Bolsonaro foi eleito com o discurso de que ia arrumar a casa, cortar gastos, mas veja, o Ministério da Saúde poderia usar os Correios para a entrega de remédios, o Ministério da Educação para entregar livros às escolas, mas eles contratam a iniciativa privada e o dinheiro público não se volta para o social”, critica.

José Rivaldo afirma que somente com essa iniciativa, seriam arrecadados mais R$ 40 bi e assim, os Correios teriam receita superavitária.

Atualmente tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL – 7638/2017), de iniciativa da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que prioriza os Correios na prestação de serviços ao Governo Federal. A proposta é de que “órgãos públicos devem contratar a estatal, com dispensa de licitação”.

Contradição

O Secretário-Geral da Fentect-CUT afirma também que o discurso do militar que preside a estatal é contraditório. Juarez Cunha anunciou a reestruturação mesmo tendo se posicionado contrário à uma privatização dos Correios.

“Ele tem que falar dessa forma por ser militar e seguir uma conduta ‘nacionalista’, mas quer fazer mudanças que vão resultar no fechamento de agências, fatiamento da empresa e terceirização de trabalhadores, o que abre caminho para uma privatização”, critica o sindicalista.

Ao mesmo tempo, ele complementa, o governo tem generais em ministérios e cargos, com postura nacionalista  em desencontro ao que fazem o presidente Jair Bolsonaro e seu Ministro da Economia Paulo Guedes, “um ultraliberal”, diz José Rivaldo.

Papel dos Correios

Única instituição pública presente em todos os municípios brasileiros, os Correios têm capacidade para atender todo território nacional, além da entrega de correspondências, serviços nas áreas de logística e atendimentos eletrônicos entre outros.

Uma redução no quadro de trabalhadores significa desemprego e queda na qualidade dos serviços prestados à população. “O resultado dos últimos processos de reestruturação foi a sobrecarga de trabalho. Muitos aderiram aos programas de demissão voluntária. Hoje, os trabalhadores têm que alternar os locais de entrega porque não dão conta. E para que os Correios consigam passar na casa dos brasileiros todos os dias, tem que contratar mais”, afirma José Rivaldo, que complementa: O último concurso foi realizado em 2011.

Ele aponta ainda que a direção dos Correios pretende criar ‘franquias’, modelo em que a iniciativa privada usa a marca dos Correios e pagam um percentual à estatal. “Assim a empresa se livra de sua responsabilidade social e da contratação de novos funcionários”.

Ação

A Fentect-CUT vai realizar no mês de junho um encontro nacional dos trabalhadores e trabalhadoras para definir a pauta de reivindicações da categoria.

(Fonte: Andre Accarini, CUT)