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CSN avalia venda de ações da Namisa para ajudar a zerar dívida

Publicado: 08 Maio, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Companhia Siderúrgica Nacional está avaliando a venda de parcela minoritária de ações de sua unidade de mineração Namisa como forma de ajudar a companhia a zerar sua dívida, afirmou nesta quarta-feira, o presidente Benjamin Steinbruch a analistas.

A companhia, que teve lucro de 767 milhões de reais no primeiro trimestre, praticamente em linha com o obtido no mesmo período do ano passado, também continua avaliando os planos para uma oferta de ações de sua mina Casa de Pedra.

"A idéia nossa é que a CSN ao longo do tempo seja valorizada... A minha prioridade é vender parcela minoritária da Namisa. A venda total não me convence", disse Steinbruch a analistas durante reunião sobre os resultados da companhia.

Para o executivo, a venda total da Namisa "não convence" porque o negócio é altamente rentável e seria difícil se obter um investimento que fosse equivalente.

Sem dar detalhes sobre prazos e valores, Steinbruch afirmou que a oferta da Namisa pode balizar uma eventual abertura de capital da Mina Casa de Pedra, que possui reservas provadas de cerca de 1,6 bilhão de toneladas de minério de ferro.

"A idéia de quitar todas as dívidas da CSN me entusiasma. Eu gostaria de materializar isso no próximo inverno... No curtíssimo prazo acho que seria aconselhável para nós trabalharmos sem alavancagem", disse o executivo.

"Nossa história foi feita em cima de uma alavancagem expressiva e de crescimento super agressivo. Nossos concorrentes estão com alavancagem baixa. Eu acho que é sadio você sempre olhar para os lados também", disse Steinbruch.

A companhia encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de 4,78 bilhões de reais ante 6 bilhões de reais um ano antes.

O executivo afirmou que a CSN continua avaliando oportunidades de investimento no exterior, mas ressaltou que a empresa não fará compras "simplesmente por comprar". "Se não tiver questão muito forte de estratégia ou ganhos de sinergias não vamos fazer investimento."

A CSN tentou comprar a siderúrgica anglo-holandesa Corus em 2006, mas foi superada pela indiana Tata Steel .

Em termos de regiões, Steinbruch afirmou que vê os Estados Unidos com chances maiores de receber eventual investimento da companhia do que Europa e Ásia, apesar do momento de desaceleração econômica vivido pelo país.

"O mercado norte-americano tem que ser respeitado. Se tivermos a chance de movimentação para fora, eu gostaria de ter a chance de ir para o mercado americano."

O executivo afirmou que o atual quadro de escassez de capacidade adicional de produção de aço diante do crescimento do país exige uma readequação de modelos de investimento de grandes para pequenos fornos, que podem ser instalados mais rapidamente, exigindo investimentos menores.

"Acho que já faz mais sentido, em função de logística, termos pequenas unidades para atender a demandas mais regionais. Eu acho que temos que fazer fornos de 500 mil toneladas porque o investimento é simples e o licenciamento ambiental é simples", disse o executivo na reunião.

As ações da CSN subiam 3,3 por cento nesta quarta-feira, enquanto o Ibovespa recuava ligeiros 0,08 por cento.

Analistas afirmaram que o resultado de primeiro trimestre da companhia ficou no geral dentro do esperado.

"Foi um resultado bom, mas sem grandes destaques, veio muito em linha com o que o mercado esperava", afirmou o analista da Pedro Galdi, do ABN Amro. "As ações devem estar avançando por conta dos mecanismos de mercado, estamos tendo entrada forte de recursos estrangeiros este mês."

Fonte: Reuters e Brasil Online

CSN