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CSN avança sobre o capital da Usiminas

Participação acionária na companhia mineira supera 10%; estratégia é incógnita para mercado

Publicado: 04 Julho, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está avançando sobre o capital da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas). O conglomerado siderúrgico mantém a estratégia de comprar ações da companhia mineira, conforme o diretor Financeiro e de Relações com Investidores (RI) da Usiminas, Ronald Seckelmann, em entrevista à imprensa internacional nesta semana. Para especialistas, o objetivo da empresa ainda é uma incógnita.

Seckelmann afirmou, durante encontro com investidores em Londres, que a CSN continua a comprar "lentamente". Ainda conforme ele, a companhia tem um pouco mais de 10% das ações ordinárias e também chegou a adquirir papéis preferenciais no último mês.

A CSN foi procurada pela reportagem, mas preferiu não comentar o assunto. Conforme a siderúrgica, por meio de sua assessoria de imprensa, a participação acionária na Usiminas atualmente é de 10,01%. Para o mercado, entre as possíveis metas da CSN estaria a entrada no bloco de controle da Usiminas e garantir voz ativa nos negócios da principal concorrente no país. Outra possibilidade apontada é o ganho financeiro com os investimentos.

Para o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, a estratégia da CSN ao ampliar a presença no controle da Usiminas ainda não está clara. Entre os objetivos possíveis, conforme ele, está apenas a realização de investimentos de capital.

Após a CSN anunciar que detinha participação acionária na Usiminas no início deste ano, aumentaram os rumores no mercado de uma possível entrada da empresa no bloco de controle da siderúrgica mineira. Mas, segundo especialistas, a CSN não conseguirá ter voz ativa dentro da Usiminas, uma vez que a entrada da empresa na direção não agradaria os sócios, entre eles a japonesa Nipon Steel.

O ganho financeiro também foi apontado como uma das possíveis estratégias da CSN pelo analista da Ativa Consultoria, Leonardo Alves. "Mas ainda é uma dúvida", disse. Ele lembrou que o cenário para o setor siderúrgico é conturbado, o que impacta no preço das ações dos conglomerados siderúrgicos.

Na opinião de um especialista que preferiu não ter o nome revelado, a estratégia da empresa pode ser de longo prazo. "Por enquanto a CSN ainda não obteve nenhum sucesso com a compra de papéis da Usiminas", disse. Ele ressaltou que a empresa não conseguiu entrar no controle e também não obteve ganhos financeiros até o momento.

Gerdau

Outra possibilidade apontada seria que a CSN estaria antevendo mudanças no bloco de controle, como a entrada do grupo gaúcho Gerdau no negócio. Durante a transação, a companhia poderia se beneficiar caso novos acionistas saíssem em busca de ações no mercado.

Após as declarações do diretor da Usiminas nesta semana, as ações da empresa apresentaram elevação de 6,6% na última terça-feira.

"Os investidores estão seguindo a CSN por acreditar que a companhia enxergou alguma possibilidade de ganho com a compra de ações", disse um especialista que preferiu não se identificar.

Os rumores de uma reestruturação societária na Usiminas ganharam força no início deste ano. Além da tentativa da CSN de ser sócia da empresa, chegou a ser cogitada a entrada do grupo gaúcho Gerdau na companhia. Em abril, os acionistas do bloco de controle da siderúrgica mineira divulgaram comunicado negando qualquer negociação.

Os principais acionistas da Usiminas são o grupo japonês Nippon Steel (27,8%), Votorantim/Camargo Corrêa (26%), Previ (10,4%) e Caixa do Empregados da Usiminas (CEU), com 10,1%.

Fonte: Diário do Comércio

CSN