CSN: oferta na Cimpor é 4ª tentativa para ganhar destaque no exterior

A oferta pela maior produtora de cimento portuguesa, a Cimpor, é a quarta tentativa da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na busca por um lugar de destaque no exterior. O discurso de internacionalização da empresa já tem quase uma década, mas até hoje os movimentos do grupo do empresário Benjamin Steinbruch não saíram do papel.

Em 2000, antes mesmo de a CSN promover o descruzamento das participações acionárias com a mineradora Vale, Steinbruch já falava em transformar a companhia em "multinacional brasileira". Nesse período, a CSN fez três movimentos para ganhar destaque internacional.

O primeiro foi em 2006, com a tentativa de fusão com a americana Wheeling-Pittsburgh. No mesmo ano, a CSN fez uma oferta pela siderúrgica anglo-holandesa Corus. Numa disputa acirrada, a indiana Tata Steel levou a melhor.

Em 2007, a CSN perdeu a chance de comprar a Sparrows Point, colocada à venda pela ArcelorMittal por determinação de órgãos antitruste dos EUA. A siderúrgica ficou com um consórcio formado pela Vale, pela distribuidora de aço Esmark e pelas siderúrgicas Wheeling-Pittsburgh e Donbass.

Enquanto a CSN teve dificuldades para fincar pé no exterior, outra siderúrgica, a Gerdau, passou a ser exemplo de sucesso em internacionalização, com presença em 14 países. Outra concorrente, a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) ganhou o exterior ao ter seu controle comprado pela gigante europeia Arcelor em 2003.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima, a Gerdau levou vantagem nesse processo por ter começado antes a buscar um espaço no cenário externo, hoje mais consolidado.

Fonte: Agência Estado