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CSN prevê mercado siderúrgico "sensacional" em 2010

Publicado: 26 Fevereiro, 2010 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) seguiu seus pares no Brasil com um resultado melhor que o esperado no quarto trimestre, ajudada por desempenho operacional melhor diante de uma retomada na demanda por aço após o tombo do início de 2009.

Para 2010, a CSN espera um mercado de aço "sensacional", disse o diretor comercial da empresa, Luis Fernando Martinez, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira. Ele citou mercado interno em expansão, demanda forte por minério de ferro e preços internacionais em recuperação.

"O cenário de oferta e demanda (de aço) está muito favorável (...) Tudo conspira à favor: a demanda está boa, o nível de importação de aço deve cair, os custos de matéria-prima como coque e minério subiram muito e a gente imagina que no segundo trimestre deve ter algum realinhamento de preços", disse o executivo, ao comentar cenário de preços de aço no mercado brasileiro este ano.

"A se confirmarem os aumentos de minério de ferro e coque este ano, teríamos um aumento bastante expressivo (nos preços de aço no Brasil), da ordem de dois dígitos", acrescentou, evitando citar valores.

Os comentários da CSN divergem dos apresentados na véspera pelas rivais Gerdau e Usiminas, que esperam estabilidade nos preços do aço no mercado interno em 2010.

Segundo Martinez, o primeiro trimestre no mercado interno ainda é pressionado por importações de aço que se aproveitam do câmbio favorável e excesso de oferta internacional. Mas a expectativa da CSN é que a partir do segundo trimestre as importações recuem em virtude de esperados aumentos de preços nos mercados externos.

De acordo com o executivo, os preços da bobina a quente no mercado interno estão 3% e 8% maiores que no externo, enquanto no caso de laminados a frio a diferença é de 4% e em aços zincados é de 10% a 12%. Antes da crise internacional "os prêmios chegaram a ser de mais de 25%".

A CSN divulgou lucro líquido de R$ 745 milhões no quarto trimestre, acima da previsão média de cinco analistas consultados pela Reuters de R$ 634,6 milhões.

O lucro anual caiu de R$ 5,77 bilhões para R$ 2,6 bilhões, uma vez que o resultado de 2008 foi impulsionado por venda de participação em sua mineradora Namisa.

A companhia tem meta de vender 5,5 milhões de toneladas de aço em 2010, dos quais 85% no mercado interno. Em 2009, as vendas foram de 4,11 milhões de toneladas, com 79% desse volume no Brasil.

Minério de ferro

Em minério de ferro, a empresa manteve meta de exportar 37 milhões de toneladas da commodity em 2010, após vendas de 21,8 milhões em 2009, quase todo o volume vendido pela empresa no ano passado, de 22,4 milhões de toneladas.

O diretor de mineração da CSN, Jaime Nicolato, afirmou que a empresa tem feito vendas de minério de ferro a preços provisórios maiores, negociando valores com cada cliente.

"O mercado de minério de ferro hoje está operando com o preço de referência (benchmark) 100% abaixo do preço do mercado à vista (spot) praticado na China logo após o feriado lunar. Obviamente, isso é insustentável e nós temos conversado sobre preço provisório e temos feito vendas fora de contrato já com aumento de preço. O mercado está realmente muito demandado", disse Nicolato.

Sobre a cisão da unidade de minério de ferro da CSN, o vice-presidente de Finanças da companhia, Paulo Penido, não divulgou quando a operação vai começar a funcionar de forma independente e informou que o Conselho de Administração ainda avalia as opções da unidade, incluindo uma eventual oferta de ações ou parceria.

Cimpor

A CSN, que fracassou na tentativa de comprar participação na Cimpor após os avanços de Votorantim e Camargo Corrêa sobre a cimenteira portuguesa, mantém a área de cimentos como estratégica, estimando vendas de 1 milhão de toneladas do produto em 2010, após ter comercializado 338 mil toneladas em 2009, o total da produção.

Penido destacou que a derrota da empresa na tentativa de tomar o controle da Cimpor mostrou ao mercado a disciplina financeira da CSN. "Julgamos que os preços praticados pelos concorrentes não eram adequados (...) Não estamos olhando mais nada (na área de cimentos) no momento, mas existem oportunidades no mundo e provavelmente pode ser que aconteça alguma coisa no futuro."

Fonte: Reuters

CSN