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CSN tem caixa para aquisições ou para pagar mais dividendos, diz Santander

Siderúrgica divulgou seu balanço na última sexta-feira e mostrou que pode ficar com caixa líquido positivo com a venda de parte da Namisa

Publicado: 18 Novembro, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) tem dinheiro em caixa para realizar mais aquisições ou para aumentar o pagamento de dividendos aos seus acionistas, diz a corretora do Santander em relatório. A análise baseia-se nos números do terceiro trimestre divulgados pela empresa na noite de sexta-feira e nas informações sobre a venda de 40% das ações da mineradora Namisa para um consórcio de empresas asiáticas por 3,12 bilhões de dólares.

Para a corretora, a venda da Namisa deve elevar o caixa para 11,6 bilhões de reais - ou 700 milhões de reais a mais que sua dívida total (10,9 bilhões de reais) "A companhia ficou numa posição financeira mais forte após a venda da Namisa. Uma questão fundamental para a CSN, agora, é saber o que fazer com a sua própria forte posição em dinheiro. Em nossa opinião, os investidores podem beneficiar-se de um melhor pagamento de dividendos e/ou de aquisições a serem feitas pela empresa, num momento em que os preços de ativos de aço podem ser muito atraentes", afirmam os analistas do Santander.

Com relação aos resultados do terceiro trimestre, os analistas dizem que os números foram "mais fortes do que esperávamos em nível operacional". A corretora Socopa faz mesma leitura dos índices da CSN do terceiro trimestre, apesar do lucro líquido ter despencado para apenas R$ 40 milhões no terceiro trimestre.

"O desempenho do lucro líquido trimestral, de certa forma, já era aguardado por nós e pelo mercado de maneira geral. Entretanto, destacamos a bom desempenho das margens bruta e Ebitda [lucro antes de impostos e amortizações] ", afirma a Socopa. O Ebitda alcançou 2,08 bilhões de reais e a margem Ebitda chegou a 51,9%.

A CSN registrou lucro líquido de 40 milhões de reais no terceiro trimestre. A marca é 96,2% menor do que a do trimestre anterior, que ficou em 1,03 bilhão de reais. "O fraco lucro trimestral foi em decorrência, principalmente, do reconhecimento de perdas de R$ 1,3 bilhão com derivativos", diz a Socopa. Até o fim do terceiro trimestre, esse prejuízo foi apenas contábil (sem impacto no caixa) e deveu-se a operações estruturadas pela CSN que têm variação atrelada à cotação de suas ADRs (papéis da empresa negociados nos Estados Unidos), que despencaram nos últimos meses.

Além dos derivativos, também preocupa os investidores o impacto da desaceleração da economia mundial sobre as vendas de aço nos próximos meses. O Banco Santander e a corretora Socopa fazem a mesma previsão para o futuro do setor siderúrgico: queda nas exportações de matéria-prima devido à crise financeira internacional. Ambos entendem que tal cenário deverá refletir negativamente nos próximos resultados na companhia. "Grandes players de siderurgia e mineração já anunciaram cortes de produção para ajustar ao novo cenário de demanda menos aquecida, movimento esse que deverá ser seguido pelos demais competidores do mercado", afirma a Socopa. Às 12h31, as ações ordinárias da CSN operavam em baixa de 0,65%, para R$ 23,05.

Fonte: Revista Exame

CSN