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Cunha e grande mídia atuam pela instabilidade, diz cientista política

Publicado: 31 Julho, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O país está começando o segundo semestre de 2015 em meio a um quadro de instabilidade, mas a democracia do país está "sólida e madura", acredita a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Associação Brasileira de Ciência Política. Fatores como a nova onda de conservadorismo e revanchismo promovida por partidos de oposição, que estão convocando manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, são parte da história. No Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já anunciou que não vai facilitar a vida do governo. Para completar a economia enfrenta problemas, com queda no nível de emprego, perda de poder aquisitivo do trabalhador e recuo de investimentos.

Na avaliação de Maria do Socorro, agosto vai ser um mês difícil. Ele lembra, no entanto, que se a economia brasileira estivesse bem, provavelmente a crise de governabilidade pela qual passa a presidenta Dilma Rousseff não existiria. Mas como essa não é a realidade, ela aponta o presidente da Câmara como um dos grandes fatores de desestabilização da política nacional.

"Cunha realmente conseguiu atrair para o seu campo de influência elementos, parlamentares e outros políticos da oposição. Isso acabou fortalecendo os interesses dele, e mesmo da oposição", diz a cientista política.

Maria do Socorro, que também é professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), acrescenta dois outros fatores que influenciam na crise da imagem e governabilidade da presidenta Dilma: a atuação da imprensa, que ataca sem parar, e da oposição que não aceitou a derrota eleitoral.

"A grande mídia está fazendo esse papel absurdo, de criar uma agenda e levar a uma instabilidade para o governo hoje. Então, a presidenta, e o grupo político que está à frente, precisam se preocupar muito com a questão da comunicação com a sociedade. Porque a população acaba se orientando só pelo que a grande mídia está pautando."

Para ela, o problema está na classe política e nos partidos, que precisam repensar qual o papel devem ter daqui para a frente e como permitir mais participação popular. "A ida da sociedade às ruas é expressão de uma democracia mais madura. Agora, a classe política está sendo questionada, seja quem está hoje na situação, seja quem está na oposição."

Confira a entrevista ao Seu Jornal, da TVT por aqui.

(Fonte: Rede Brasil Atual)