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CUT e demais centrais voltam a debater pauta dos trabalhadores com o governo

Sindicalistas vão discutir reivindicações aprovadas em manifestação dos metalúrgicos em janeiro, em mais uma rodada de negociações com quatro ministros nesta quarta-feira (25).

Publicado: 24 Fevereiro, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
Ato reuniu 20 mil trabalhadores e aprovou pauta ao governoAto reuniu 20 mil trabalhadores e aprovou pauta ao governo
Ato que reuniu 20 mil trabalhadores e aprovou pauta ao governo

A CUT e as demais centrais sindicais voltam a se reunir nesta quarta-feira (25), em Brasília, com os ministros Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Carlos Gabas, da Previdência Social, Nelson Barbosa, do Planejamento, e Manoel Dias, do Trabalho, para debater a pauta dos trabalhadores (saiba mais abaixo). Esta será a terceira reunião do ano entre os sindicalistas e representantes do governo federal.

Entre os pontos que serão abordados estão o Programa Nacional de Proteção ao Emprego, o Programa de Renovação de Frota e o Destravamento do Crédito para o Consumo. As pautas foram aprovadas pelos metalúrgicos do ABC durante o ato em defesa dos empregos e pelo crescimento econômico do Brasil em São Bernardo do Campo, na manhã do dia 12 de janeiro, que reuniu cerca de 20 mil companheiros que marcharam de suas fábricas.

Crédito: Shayane Servilha
Paulo Cayres na manifestação do ABC em janeiroPaulo Cayres na manifestação do ABC em janeiro
Paulo Cayres na manifestação do ABC em janeiro

Algumas das reivindicações já haviam sido apresentadas ao governo no ano passado pela coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT - que reúne as confederações nacionais cutistas de metalúrgicos, químicos, têxteis, trabalhadores na alimentação e na construção - ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). "No ano passado, estivemos com o então ministro Mauro Borges para apresentar a nossa agenda para a política industrial e um dos pontos é o Programa de Proteção ao Emprego. Logo no início do ano, a mesma proposta foi apresentada ao novo ministro, Armando Monteiro Neto, na cerimônia de sua posse no cargo", lembrou Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT. (confira aqui, aqui e aqui como foram os encontros com o MDIC realizados em 2014)

Crédito: Adonis Guerra
Rafael MarquesRafael Marques
Rafael Marques

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, destacou que os três pontos encaminhados ao governo federal logo após a manifestação dos trabalhadores são fundamentais. Porém, ele considera que a implantação do Programa de Proteção ao Emprego é o mais urgente.

“O país tem hoje cerca de 3 mil trabalhadores em montadoras com contrato de trabalho suspenso, o layoff, que podem se beneficiar do Programa”, lembrou Rafael. “Daí nossa urgência em instituir o Programa e a expectativa de que isso aconteça ainda no primeiro trimestre deste ano”, completou.

Sobre o Destravamento do Crédito para o Consumo o presi­dente do Sindicato relatou que o encontro estimula o consumo da classe trabalhadora e impulsiona o mercado para a retomada das vendas. “É fundamental que haja uma política de expansão do crédito que corresponda ao crescimento econômico que esperamos para o país”, observou Rafael.

Ainda segundo ele, os repre­sentantes do governo federal já concordavam com a relevância do projeto de Programa de Re­novação da Frota de Caminhões. “O governo já tem conheci­mento dos estudos que existem sobre este programa, tanto os feitos pelas entidades do setor quanto pelo próprio governo, por meio do MDIC, e também pelo BNDES”, relatou.

Crédito: Divulgação
Em janeiro, sindicalistas entregaram pauta a ministro Miguel Rossetto Em janeiro, sindicalistas entregaram pauta a ministro Miguel Rossetto
Logo depois da manifestação, sindicalistas entregaram pauta a ministro Miguel Rossetto 

Marques assinalou que a pauta dos trabalhadores foi entregue para o secretário-adjunto de Emprego e Relações do Trabalho de São Pau­lo, Eufrozino Pereira, no mesmo dia do ato de São Bernardo do Campo. “Nossa expectativa era de que o governo do Estado conhecesse as nossas reivindicações e rece­besse as entidades sindicais para debatê-las, mas não tivemos nenhuma resposta ainda”, disse Rafael.

Paulo Cayres ressaltou também que é fundamental a participação dos trabalhadores no debate da política industrial e de medidas que assegurem o crescimento econômico sem prejuízo aos direitos trabalhistas, para que a indústria nacional seja o carro-chefe do desenvolvimento social do Brasil. "Por isso, o movimento sindical, particularmente as entidades ligadas à CUT, vão insistir nessa pauta e na continuidade do diálogo com o governo. Mas há reivindicações que não podem esperar e passar por um longo processo de negociação. E a proteção ao emprego, com certeza, é a mais urgente delas. Um programa dessa natureza, ao contrário do que muitos podem pensar, não retira direitos de trabalhadores desempregados, mas é preventivo e dá a oportunidade para que eles continuem empregados",  afirmou o presidente da CNM/CUT.

Confira aqui a pauta aprovada na manifestação de 12 de janeiro:

• Programa de Renovação da Frota de Caminhões

• Programa Nacional de Proteção ao Emprego

• Destravamento do crédito para o consumo

• Crédito para Micro e Pequena Indústria

• Programa de Fortalecimento da Construção Civil

• Política de Reversão do deficit comercial industrial

• Novo Regime Tributário para a Indústria

(Fonte: Assessoria de Imprensa do SMABC, com informações da CNM/CUT)