Daimler anuncia modernização em plantas da Mercedes-Benz

A Daimler anunciou que investirá 3 bilhões de euros na modernização das linhas de produção de automóveis Mercedes-Benz, ao mesmo tempo em que focará no lançamento de novos produtos e em uma forte reestruturação dos processos produtivos na Alemanha. Os planos foram apresentados na quarta-feira, 10, por Markus Schäfer, membro do conselho do grupo, representante da marca, e novo diretor responsável pela produção e gestão de cadeia de suprimentos da Mercedes-Benz, que assumiu o cargo após a saída de Andreas Renschler, contratado pela Volkswagen.

Schäfer disse que só neste ano a empresa está acelerando a produção de 18 veículos em oito diferentes locais no mundo, incluindo o início da produção do Classe C em quatro continentes. Até 2020, a Mercedes-Benz introduzirá 12 novos modelos que não têm um predecessor.

Sobre a nova organização das operações, o executivo disse que serão baseadas em redes globais de produção: “Sob a nossa estrutura de produção anterior, as plantas individuais têm operado, em grande parte, de forma autônoma. Agora, a fabricação será organizada de acordo com as arquiteturas dos produtos, independentemente de localizações”, explicou. As arquiteturas a que se refere são o tipo de plataforma utilizada para os veículos, como as de tração traseira (MRA), SUVs (MHA), carros esportivos (MSA) ou ainda as arquiteturas de powertrain (MPA).

Cada arquitetura de veículo e motorização contará com um sistema de módulos e componentes. O novo Classe C é a primeira série de modelos a ser produzido inteiramente de acordo com este princípio. O modelo é atualmente o de maior volume da Mercedes-Benz e entrou em produção em quatro continentes no primeiro semestre deste ano: primeiro em Bremen, Alemanha, em fevereiro, seguido pela planta de East London, na África do Sul, em maio, depois em Tuscaloosa, nos Estados Unidos em junho, e por fim na planta BBAC em Pequim, na China, em julho. Dentro da nova rede estrutural de produção global, Bremen é a planta principal e que gerencia todos os aspectos da produção do Classe C a partir da estratégia de criar ferramentas para garantir a qualidade e a formação de trabalhadores de outros locais em todo o mundo.

Schäfer destacou outro fator na nova organização, centralizada na gestão da cadeia de suprimentos, em que todas as fases de abastecimento devem ser integradas: “Nós ainda enfrentamos grandes desafios nesta área, ao mesmo tempo, há também um enorme potencial para reduzir custos e aumentar a eficiência. Com a padronização e modularização das fábricas, a Mercedes-Benz pretende conter o nível de despesas de capital necessário e reduzir os custos fixos. É essencial que nós alcancemos uma melhoria contínua em todas as disciplinas e aumentemos a nossa produtividade”. Ele acrescentou que a rede de produção global trará a Mercedes-Benz para mais próximo dos diferentes mercados e permitirá responder mais rapidamente às mudanças na demanda, ao mesmo tempo em que a fabricação em outras áreas monetárias permitirá equilibrar de uma melhor forma a volatilidade das taxas de câmbio.

Enfatizou ainda que o tradicional papel de chefe de fábrica mudará à medida que os planos de redução de custos já não se encaixarão no conceito de uma fábrica individual atual.

“Vamos procurar melhorar arquiteturas de veículos e redes de produção global. O papel do chefe de fábrica individual está mudando. No futuro, Sindelfingen [fábrica na Alemanha] já não terá um chefe de fábrica no sentido tradicional.”

(Fonte: Automotive Business)