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Delphi/Ponte de Sor: terceira greve em duas semanas

Publicado: 20 Maio, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os trabalhadores da Delphi em Ponte de Sor estão hoje a cumprir a terceira greve de 24 horas no espaço de duas semanas, em protesto contra o impasse negocial com a empresa em torno das indenizações.

 
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), José Simões, garantiu que o protesto, iniciado às 00:00, está com uma adesão "semelhante" à verificada nas greves anteriores.

"Os números são quase iguais aos dos anteriores dias. A adesão ronda os 90 por cento, no conjunto dos dois turnos (o da noite e o da manhã) e a produção está parada", disse.

Procurada pela Lusa, fonte da administração da Delphi voltou, tal como nas anteriores greves, a refutar o número avançado pelo sindicato.

"A greve está com uma adesão que ronda os 38%", afirmou, garantindo ainda que a produção "não parou".

Durante a tarde, depois do plenário agendado para as 15:30, junto à fábrica da multinacional norte-americana, os trabalhadores vão manifestar-se pelas ruas da cidade alentejana, em direcção ao edifício da Câmara Municipal.

"Há uma preocupação muito grande por parte de toda a gente, não só dos trabalhadores, mas também da própria população porque a fábrica dinamiza a cidade", destacou José Simões.

Os representantes sindicais dos trabalhadores ainda acreditam que será possível negociar com a administração da empresa os valores das indenizações e outras eventuais compensações, decorrentes do fecho da unidade.

"Da outra vez, disseram que estavam a trabalhar na proposta para apresentar. Agora, aguardamos alguma informação e as negociações poderão voltar, mas só depois da greve", afiançou o sindicalista.

A primeira greve de 24 horas na Delphi de Ponte de Sor foi realizada dia 06 de Maio e os trabalhadores já realizaram um outro protesto, além da paralisação de hoje, na passada quinta-feira.

Os trabalhadores ameaçam mesmo com uma paralisação mais prolongada caso a multinacional norte-americana não dê uma "resposta mais efectiva" às suas reivindicações.

A fábrica de Ponte de Sor, que deverá fechar portas no primeiro trimestre de 2009, emprega 439 operários efectivos, além de cerca de 80 a contrato, e produz apoios, mecanismos para portas de correr automatizadas e sistemas de protecção de ocupantes para vários modelos de veículos automóveis.

Os operários defendem indemnizações de 2,8 salários, enquanto a administração propõe dois salários por cada ano de trabalho.

Fonte: Rádio e Televisão de Portugal