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Democratização da comunicação: campanha ganha impulso nas manifestações populares

No dia 11, a luta por um novo marco regulatório esteve presente na pauta dos movimentos sindical, estudantil e popular. Houve atos também em frente às sedes da Rede Globo e afiliadas.

Publicado: 15 Julho, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
Manifestantes em frente à Globo em Belo HorizonteManifestantes em frente à Globo em Belo Horizonte
Manifestantes em frente à Rede Globo em Belo Horizonte (MG)

A luta pela democratização da comunicação tem ganhado cada vez mais impulso. Na última quinta-feira (11), Dia Nacional de Lutas convocado pela CUT e demais centrais sindicais, a reivindicação apareceu em cartazes e faixas nas manifestações em várias cidades. E em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Aracaju, Porto Alegre, Feira de Santana (BA) e Salvador, houve atos em frente às sedes da Rede Globo.

Crédito: Divulgação
Ato em frente à TV BahiaAto em frente à TV Bahia
Ato em frente à TV Bahia, afiliada da Rede Globo


A luta por um novo marco regulatório da mídia é antiga e este ano cresceu, a partir da decisão do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) de propor emenda popular sobre o tema, com a campanha “Para Expressar a Liberdade”. A campanha foi lançada no Dia do Trabalhador, 1º de Maio, nos atos realizados pela CUT e recebeu a adesão de inúmeras entidades sindicais e da sociedade civil.  A compreensão é a de que não haverá democracia efetiva no Brasil enquanto a legislação do setor não mudar.

Crédito: Divulgação
Palmas (TO)Palmas (TO)
Cartaz na manifestação de Palmas (TO)

Nas manifestações do último dia 11, os manifestantes se posicionaram contra o monopólio privado da comunicação – e a Rede Globo personifica esta situação – e a necessidade de democratizar o setor. Vale lembrar que as concessões de TV e rádio são públicas e por isso o Estado e a sociedade deveriam regular sua utilização, o que não acontece. No Brasil, sete famílias são responsáveis pelos maiores grupos midiáticos do país. Em outras países, um mesmo grupo não pode possuir meios de comunicação diferentes, como rádio, TV, revistas, jornais etc., a chamada propriedade cruzada.

Crédito: Divulgação
Aro em São pauloAro em São paulo
Ato realizado em frente à Globo em S.Paulo: ponte rebatizada com nome de jornalista morto na ditadura


Entre as manifestações do dia 11, duas chamaram a atenção porque, ainda que por pouco tempo, mexeram com a estrutura da Rede Globo e afiliadas: Salvador e São Paulo. Em Salvador, o ato em frente à Rede Bahia (afiliada à Globo) aconteceu nas primeiras horas da manhã e, com isso, acabou inviabilizando a produção e a exibição do telejornal matutino local.
 

Crédito: Divulgação
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Em São Paulo, o ato aconteceu no momento em que era transmitido o telejornal local da noite (SPTV). Os manifestantes, com laser, iluminaram o rosto do apresentador (o estúdio é envidraçado) durante o telejornal, o que o levou a anunciar a realização do ato em frente à emissora (foto ao lado).

Outro marco simbólico da manifestação na capital paulista foi quando os manifestantes “rebatizaram” o nome da ponte Octavio Frias Filho (proprietário da Folha de S. Paulo) para Jornalista Vladimir Herzog (morto pela ditadura militar em 1975).



“O estabelecimento de um novo marco regulatório da comunicação é fundamental para dar voz à diversidade cultural e de opiniões em nosso país. Até hoje só a opinião da elite e o poder econômico tiveram voz na mídia. E, ao longo da história recente, vimos o que os meios de comunicação fizeram com os trabalhadores, ao tentar criminalizar o movimento sindical, e o que estão fazendo para desconstruir os avanços sociais obtidos no país nos últimos 10 anos, distorcendo informações e até mesmo divulgando mentiras. Isto é inconcebível numa democracia e, por isso, a luta pela democratização da comunicação tem de crescer cada vez mais”, afirma Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).

Crédito: ABCD Maior
Faixa na manifestação do ABC (SP)Faixa na manifestação do ABC (SP)
Faixa na manifestação do ABC (SP)


Para mais informações sobre a Campanha “Para Expressar a Liberdade”, clique aqui.

(Fonte: Yolanda Moretto e Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)