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Desafios sindicais no segmento automotivo são debatidos em Seminário Internacional

Publicado: 12 Abril, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Edu Guimarães
Cayres denunciou tentativa de golpe da elite e da mídia brasileiraCayres denunciou tentativa de golpe da elite e da mídia brasileira
No seminário, Cayres denunciou tentativa de golpe da elite e da mídia brasileira

Teve início na manhã desta segunda-feira (11) o Seminário “Realidades e pers¬pectivas de colaboração no setor automotivo”, que reúne metalúrgicos do Brasil, Alemanha, Argentina e México.

A atividade, que será encerrada amanhã (13) e acontece em São Bernardo do Campo (SP), na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), é promovida pelo IG Metall (sindicato dos metalúrgicos alemães), em parceria com a CNM/CUT, a IndustriALL (federação internacional dos trabalhadores na indústria), sindicatos de metalúrgicos da Argentina e do México, com apoio da Fundação Friedrich Ebert (FES).

Ao recepcionar os participantes, o presidente da Confederação, Paulo Cayres, falou sobre o momento delicado que o Brasil atravessa e denunciou à delegação dos demais países o jogo pesado feito pelos meios de comunicação em favor do golpe. “A mídia golpista quer derrotar o projeto que foi eleito democraticamente nas urnas por quatro vezes seguidas”, destacou, referindo-se às duas eleições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e às duas da presidenta Dilma Rousseff. “Essa mídia faz parte da elite conservadora que quer impor sua agenda de precarização dos direitos dos trabalhadores, de fim dos programas de inclusão social e de entregar nossas riquezas ao capital internacional”, completou.

Crédito: Edu Guimarães
Rafael MarquesRafael Marques
Rafael Marques (ao centro) alertou para necessidade de conter conservadorismo no mundo

Preocupação com o Brasil
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, integrou a primeira mesa de debates e destacou a importância de unidade e articulação entre os trabalhadores no mundo para defender conquistas e evitar retrocessos.

“Temos que aprimorar os modelos de desenvolvimento interessantes aos trabalhadores e alertar sobre a retirada de direitos com o avanço da onda conservadora no mundo, já que os patrões obtiveram condições de precarização em outros países”, explicou.

“O setor automotivo é altamente globalizado, com matrizes concentradas na China, Índia, Japão, EUA, Itália, Alemanha e França, e muitas fábricas distribuídas no mundo. Sempre que as matrizes tomam uma decisão, podem prejudicar os trabalhadores de outros países”, prosseguiu.

De acordo com Rafael, existem experiências que não interessam à classe trabalhadora e citou o exemplo do México. “Os empresários olham para o México e veem o que querem para o Brasil, com menos direitos trabalhistas, salários menores e relações de trabalho e sindicais fragilizadas”, disse.

Na avaliação do secretário de relações internacionais do IG Metall, Flavio Benites, em função das estratégias empresariais deve haver um aprofundamento das estratégias para defender os postos de trabalho pensando no futuro do setor, aumentando as discussões sobre o combate ao dumping social – prática de empregadores que viola direitos trabalhistas com o objetivo de conseguir vantagens comerciais e financeiras por meio da competitividade desleal do mercado.

Benites afirmou ainda que a situação brasileira preocupa os trabalhadores alemães: “Na Alemanha, a conjuntura do Brasil é vista com preocupação, porque a perda de um mandato representa a não evolução do processo democrático, e isso é encarado internacionalmente com perda de credibilidade e confiança no mercado. Por isso estamos organizando a globalização de uma luta democrática por direitos e permanência dos postos de trabalho nas montadoras em todos os países envolvidos”.

Durante o seminário, além de um panorama sobre o segmento automotivo e os desafios dos trabalhadores em cada um dos quatro países, também estão sendo analisados os acordos bilaterais do Brasil com a Argentina e México do ponto de vista das exportações, impacto deles na organização sindical e fortalecimento das relações governamentais de comércio exterior. “Os acordos precisam ser articulados e mantidos na intenção de complementar a produção, manter empregos e entender que trabalhador unido deixa a cadeia do setor mais forte para enfrentar dificuldades econômicas de qualquer país”, ponderou Jorge Almeida, secretário regional da IndustriALL para a América Latina.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT, com SMABC e ABCD Maior)