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Desmonte da saúde da mulher foi tema central de Conferência Nacional em Brasília

Publicado: 21 Agosto, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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Resistência e disposição para lutar traduziram os três dias de debates da 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher, encerrada no último domingo (20). O protesto feito já na abertura oficial do evento, no dia 17, deu o tom do evento realizado em Brasília. Para a secretária nacional da Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida, a manifestação que escorraçou o ministro da Saúde da mesa e o ato público realizado horas antes foram o combustível para o enfrentamento ao desmonte do Estado que está sendo promovido pelo governo golpista.

“A maioria das mulheres já chegou com essa perspectiva, pois como foi um espaço construído na resistência, a etapa nacional simbolizou tudo o que a gente vivenciou nos municípios e estados. Então, essa 2ª conferência representa, nas nossas vidas, apenas um passo extraordinário que demos, não no avanço da política, mas para termos mais mulheres inseridas nos debates e retomando os espaços de discussão sobre os direitos sexuais e reprodutivos e sobre a saúde da mulher”, avaliou a dirigente.

A partir de agora, explicou Madalena, a CUT terá outra tarefa: fazer o debate interno de articulação com o movimento de mulheres e elaborar um manifesto norteador das ações. “Precisamos pegar tudo o que a gente conseguiu aprovar até aqui, todos os avanços e o que foi acumulado nos debates e fazer com que os sindicatos e os dirigentes sindicais participem mais das instâncias de controle social”.

Segundo ela, nos quatro eixos debatidos na Conferência, conforme documento orientador publicado pelo Conselho Nacional de Saúde, o mote era o de resistência, enfrentamento e indignação com o sucateamento do Sistema Único de Saúde e, consequentemente, da saúde da mulher. Com isso, foram aprovadas propostas em relação à saúde sexual reprodutiva, além de uma moção contra o Estatuto do Nascituro.

Em relação à saúde da mulher trabalhadora, a dirigente afirmou que é extremamente desolador saber que na nova legislação trabalhista que entrará em vigor a partir de novembro, o impacto para a vida das mulheres será bem maior. “Mas nada nunca foi de graça para gente e acho que as mulheres vão encontrar uma forma de fazer o enfrentamento a essa lei. As vaias ao ministro na abertura do evento mostraram isso: vamos para o enfrentamento seja com o patrão, seja com esse governo golpista. Não vamos nos calar!”

O documento final da 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher, que tem mais de 300 propostas, deverá ser apresentado na segunda quinzena de setembro, quando a Comissão Nacional Organizadora se reunirá para produzir o relatório. A previsão é entregar ao Conselho Nacional de Saúde em outubro.

(Fonte: Luciana Waclawovsky - CUT Nacional)