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Dilma: presidencialismo de coalizão precisa ser superado

Publicado: 31 Julho, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Durante o depoimento que prestou como testemunha de defesa em ação penal contra a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, a presidente eleita Dilma Rousseff fez uma análise sobre o chamado presidencialismo de coalizão e sua decadência.

Dilma lembra como foi formado o centro democrático que governou o País desde a Constituição de 1988, e que este processo, que reunia membros da esquerda à direita no espectro político, foi se fragmentando a partir do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chegou à sua ruptura no golpe parlamentar que a retirou da Presidência em 2016.

"[O centro democrático] foi hegemonizado por uma força de extrema direita, que está expressa no senhor Eduardo Cunha, que construiu o Centrão. A partir daí, ficou muito difícil a relação com todos os partidos", disse Dilma.

Segundo a presidente eleita, havia uma relação política, que impera até hoje, caso não haja uma reforma política: "É impossível ter 20 partidos, você não tem 20 programas para o Brasil. Então, a relação com a Presidência da República, posto que os 20 não pleiteiam a Presidência, é a seguinte: eu chego à Presidência de forma indireta, negociando cargos de um lado, emendas de outro, e todas as outras ações que existem no Congresso", relatou Dilma no depoimento.

Dilma classificou como "extremamente grave" este tipo de relacionamento entre a Presidência da República e o partidos que fazem a sustentação do governo. "Porque tira a responsabilidade da aliança que vai com o governo com o governo".

"Esta é a realidade e independe das pessoas. Este é um processo histórico que todos nós precisamos encarar que existe e que precisa ser superado, porque se não superado, este País não se moderniza. Porque modernizar não é tirar direito de trabalhador", acrescentou Dilma.

(Fonte: Brasil 247)