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Diretor da CSN: Brasil vive equilíbrio instável com crise de crédito

Publicado: 17 Setembro, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O diretor da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, afirmou na terça-feira (16), em debate do Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que o Brasil vive um equilíbrio instável diante da crise de crédito. Papel que, segundo ele, era desempenhado pelos países desenvolvidos em outras crises.

"Houve uma inversão de papéis. Agora, são os países desenvolvidos que estão com o que eu chamo de desequilíbrio estável", explicou.

Segundo ele, o País está com dificuldades para assumir esse novo papel e tirar proveito de sua posição favorável no cenário internacional. "Talvez por estarmos pela primeira vez nesta situação durante uma crise, não conseguimos tirar proveito e crescer mais. Ainda pensamos como aquele país do passado", disse.

Steinbruch criticou também o que chamou de "acomodação" do governo, atacando principalmente a alta dos juros. "(O governo) tem agido com extremo conservadorismo, com medo de uma inflação que não existe", afirmou. "Temos que ser cautelosos, mas não podemos ser covardes", complementou.

Para ele, a postura do governo não está sendo um bom exemplo para os empresários. "(O exemplo do governo) é que é mais fácil ficar sentado em cima do caixa. É lógico que isso traz tranqüilidade. Imagina se todos os empresários fizessem o mesmo", disse.

De acordo com o empresário, o momento, com o aprofundamento da crise de crédito, exige uma postura mais "ousada".

"Nesse momento, o governo deveria dar crédito e liquidez para manter a economia crescendo. De forma ousada, ele deveria sustentar esse consumo. Se nós encolhermos agora, vamos selar o tipo de futuro que vamos ter", afirmou.

Ele explicou ainda que, ao saber dos problemas com os bancos americanos, sua primeira reação foi procurar onde estavam os ativos da CSN. "Antes, a preocupação era se o dinheiro estava aqui. Agora, a situação se inverteu e fiquei tranqüilo em saber que nosso capital estava em bancos nacionais", explicou.

Fonte: Invertia

CSN