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Diretor da PF senta à mesa de réu do mensalão tucano em festa

Publicado: 08 Dezembro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, foi convidado especial do ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) para a cerimônia da 24º edição do prêmio de jornalismo da CNT (Confederação Nacional do Transporte).

Segovia e sua mulher sentaram para jantar em uma mesa reservada especialmente para Andrade, que renunciou ao mandato de senador em 2014.

Andrade preside a CNT e é réu no chamado processo do mensalão tucano em Minas Gerais. Sua renúncia foi interpretada na ocasião como um gesto para levar o processo do STF (Supremo Tribunal Federal) à primeira instância da Justiça.

O diretor-executivo da PF, Sandro Avelar, número 2 do comando da polícia, acompanhou Segovia no evento da CNT.

Após a cerimônia de entrega do prêmio, Avelar e Segovia jantaram com Clésio Andrade na mesa principal da cerimônia, próxima à pista de dança.

O jantar foi servido à francesa aos presentes a essa mesa, ao contrário da maioria dos convidados, que teve a opção do buffet distribuído pelos cantos do salão.

A cerimônia ocorreu em um local de eventos em Brasília.

O diretor-geral da polícia conversou a sós com o ex-senador por alguns minutos e tirou fotos com Andrade.

Depois, acompanhou o show dos cantores sertanejos Leonardo e Eduardo Costa e dançou com a mulher ao som de clássicos como "Não aprendi dizer adeus", "Solidão", "Você vai ver" e "As Andorinhas".

Procurada, a assessoria da PF disse que o diretor-geral recebeu um "convite institucional" da CNT e que gestões anteriores também foram convidadas para o mesmo evento no passado.

O prêmio da CNT é um dos mais tradicionais do país e jornalistas dos principais veículos de imprensa, inclusive da Folha, foram convidados para a cerimônia de premiação.

Andrade foi vice-governador de Minas na primeira gestão de Aécio Neves (2003-2006).

Ele é acusado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro na denúncia que apontou desvios de R$ 3,5 milhões de estatais em Minas para financiar, em 1998, a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo, do PSDB.

Andrade, que na época concorreu como vice, nega as acusações.

(Fonte: Folha de S. Paulo)