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Historiador Douglas Belchior debate maioridade penal com metalúrgicos da CUT

Publicado: 05 Agosto, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
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Douglas Belchior (em pé) falou sobre o tema no encontro dos coletivos da CNM

A redução da maioridade penal foi tema de palestra do professor de história e sociologia e militante da Uneafro (União de Núcleos de Educação Popular para Negro e Classe Trabalhadora), Douglas Belchior na tarde desta terça-feira (4), durante o encontro dos Coletivos de Mulheres, Igualdade Racial e Juventude da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT).

O evento, que começou no período da manhã (leia aqui) e se estende até o início da tarde desta quarta-feira, está acontecendo na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP), centro de educação e formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Durante a palestra, o historiador assinalou que a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, aprovada pela Câmara dos Deputados no início de julho, só aumenta a criminalização e a discriminação da pobreza. “Infelizmente, ao invés de buscar soluções reais para os problemas das crianças e adolescentes, o parlamento brasileiro tende a criminalizar nossa juventude a partir desta proposta. Já existem leis que prendem pobres e negros, mas agora querem prender mais cedo”, avaliou.

Crédito: CNM/CUT
Douglas BelchiorDouglas Belchior
Douglas Belchior

Belchior lembrou ainda que a discussão do tema deveria ser fundamental na pauta no movimento sindical. “A mesma direita que aprovou na Câmara o projeto que permite a terceirização de todas as atividades agora quer reduzir a maioridade penal. Este projeto é para os filhos dos trabalhadores que são atingidos pela terceirização. Vocês, metalúrgicos, são herdeiros de uma tradição de lutas sociais e não podem deixar esta discussão de lado”, alertou.

Ainda na primeira parte da palestra, o professor fez um breve relato da história brasileira e afirmou que o país foi transformado socialmente há apenas 12 anos, quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República, em 2003.  “O Brasil tem mais de 500 anos e somente agora conseguimos caminhar para uma igualdade entre as classes sociais. E isso só foi possível com um projeto de governo inédito que tem a raiz operária, popular e de esquerda”, contou. "Mas não podemos esquecer que a direita está viva e continua influenciando a intelectualidade e voto do povo", alertou.

Durante o debate, Belchior também fez críticas à mídia brasileira tradicional.  “A imprensa divulga o tempo todo, direta e indiretamente, o impeachment da presidente Dilma Rousseff. E não temos nenhuma imprensa que coloque o debate dos partidos que defendem os movimentos sociais e os trabalhadores. A única mídia que temos, mas que ainda não tem alcance como as demais é a TV dos Trabalhadores (TVT)”, disse.

(Fonte: Shayane Servilha - Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)