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É melhor o próprio governo recuar sobre a Renca, diz Eunício Oliveira

Publicado: 20 Setembro, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), recomendou ao presidente Michel Temer abandonar a ideia de extinguir a Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados), que criou mais polêmica do que deveria e dará poucos benefícios políticos ou econômicos para o atual governo.

A conversa entre Eunício e Temer se deu na sala vip antes da posse da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, na última segunda-feira (18). Logo em seguida, o presidente da República viajou a Nova York.

“Combinamos de conversar novamente na quinta, quando ele voltar. Eu disse a ele que era melhor deixar isso para lá, pois não tem nenhuma vantagem neste momento para o governo. Mas se o presidente não decidir sobre deixar essa história para lá, aí eu disse que terei de colocar em votação o decreto legislativo que a oposição apresentou para revogar o ato do Planalto”, relatou Eunício ontem (19) ao Poder360.

O senador afirmou que vê oportunismo na maneira como a opinião pública trata a questão da reserva mineral da Renca. “A Renca está sendo vendida como a peste. Mas ela é uma reserva fruto da ditadura”, afirmou.

Sobre a reforma eleitoral, Eunício afirmou que não colocará em votação o fundo eleitoral, caso seja aprovado na Câmara. “Quem tem que sancionar o fundão? Eu. Você acha que vou por a caneta lá para apanhar na rua, depois de estar sendo tirado dinheiro da saúde e educação?”, questionou.

O senador é a favor da aprovação da PEC das Coligações. “O Senado fez a parte dele. A lei das coligações é tão esdrúxula que se faz acordo para 4 anos e vale apenas para as eleições”, afirmou.

Nesta terça, Eunício designou um grupo de senadores para selar um acordo em torno do projeto do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) que cria um fundo com recursos da propaganda partidária. O presidente do Senado defende que o modelo abarque também parte da verba destinada para as emendas impositivas das bancadas estaduais.

Eunício, que também é presidente do Congresso, disse que as atividades legislativas não seriam paralisadas não fosse a nova denúncia contra Michel Temer enviada por Rodrigo Janot. “Se não tivesse a segunda denúncia, a [reforma da] Previdência passava agora”, disse.

No novo cenário, acredita que o governo precisará desidratar a reforma para conter apenas dois pontos: idade mínima e o aumento da alíquota de contribuição (de 11% para 14%).

Eleições 2018
Eunício tem 64 anos – completa 65 em 30 de setembro. Foi filiado a apenas um partido desde o início da sua carreira, o PMDB. Teve mandatos de deputado federal de 1999 a 2011, quando assumiu uma cadeira no Senado pelo Ceará. Em 2014, foi candidato ao governo do Estado, mas perdeu para o petista Camilo Santana (PT), apoiado pelos irmãos Cid e Ciro Ferreira Gomes.

Em 2018, o peemedebista projeta a reeleição ao Senado. O cenário dos seus sonhos é com Tasso Jereissati (PSDB) concorrendo ao governo do Estado. Caso o tucano decida não disputar eleições em 2018 – está no meio do mandato no Senado –, Eunício não descarta uma aliança com Camilo Santana (PT).

Avalia que Lula tem lugar garantido no 2º turno caso esteja apto para concorrer. “Se não concorrer, o PT colocará outro candidato forte.” O cenário no Ceará, segundo Eunício, indica que o principal indicado para concorrer ao Planalto é Jaques Wagner. “Dificilmente o PT terá menos de 20% dos votos. Mas, no Nordeste, o nome mais forte é Wagner.” Ele não acredita na competitividade do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

(Fonte: Poder 360)