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‘É preciso reorganizar maioria que está contra o golpe’, diz Pochmann

Economista participou de plenária da CNM/CUT que debateu campanha salarial unificada e ações contra as reformas de Temer.

Publicado: 30 Março, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
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Pochmann fez análise de conjuntura política e econômica do país

“Há uma crescente maioria contra o que está em curso no Brasil, mas ela está fragmentada. Por isso, o momento é de reorganizar essa nova maioria política, com os perdedores do golpe, os desempregados, os que sofrem com a redução de renda, o setor produtivo nacional”. A avaliação é do economista Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo e professor da Universidade de Campinas.

Pochmann falou na manhã desta quinta-feira (30), a uma plateia de dirigentes sindicais de todo o país, reunidos na Plenária Nacional de Campanha Salarial convocada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).

A atividade acontece no marco dos 25 anos da CNM/CUT, completados no último dia 23. Ao longo do dia, os sindicalistas debateram estratégias para unificar bandeiras e ações nas campanhas salariais da categoria ao longo deste ano.

Ao analisar a conjuntura, Pochmann ponderou que o atual momento brasileiro não é o fim da história. “Ele pode ser apenas uma página e tenho certeza de que vamos sair dele muito mais fortes. Nos momentos difíceis é que fazemos história para valer”, assinalou.

O economista fez um resgate da evolução da economia e dos direitos trabalhistas no país e destacou que agora o desafio do movimento sindical é construir uma nova agenda para assegurar direitos, propor uma agenda conjunta para que a indústria volte a crescer: “Retomar a produção industrial é fundamental, porque é ela que dá sustentação à economia e viabiliza os ciclos de expansão. E derrotar o golpe faz parte desse processo”.

Pochmann considerou ainda que o modelo neoliberal retomado no país com Michel Temer não tem como se sustentar. “A desglobalização está em curso desde a crise de 2008 e o PIB cresce menos no mundo todo, porque o modelo de cadeias globais não está se sustentando. É esse modelo que querem impor, reconectando o Brasil com as reformas liberalizantes dos anos 1990, com a desconstrução do conteúdo nacional, privatização e redução dos gastos sociais. Lutar para interromper o golpe vai possibilitar reconstituir a indústria e vai recolocar o Brasil no rumo do desenvolvimento econômico com distribuição de renda”, pontuou.

Combater as reformas e mobilizar a categoria
Em sua intervenção na abertura da plenária, o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, destacou a responsabilidade do movimento sindical em intensificar a sua atuação nas portas de fábrica e disputar espaço junto aos segmentos sociais que têm sido as principais vítimas dos golpistas e das reformas trabalhistas e da Previdência e da redução dos gastos sociais. “Nós, metalúrgicos e metalúrgicas da CUT, temos de continuar fortes e determinados e contribuir para derrubar os golpistas”, ressaltou.

Crédito: CNM/CUT
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Mesa de abertura da Plenária Nacional da Campanha Salarial 

Para subsidiar o debate sobre as campanhas salariais, o economista André Cardoso, da Subseção do Dieese da CNM/CUT, fez uma apresentação do perfil metalúrgico, além de fazer um panorama atual das negociações coletivas e do avanço da pauta mínima para a construção do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho (CCNT). 

Na sequência, os sindicalistas debateram dificuldades e desafios das campanhas salariais da categoria e aprovaram uma série de propostas para a condução das mobilizações e negociações.

Aprovaram também campanhas publicitárias para combater a reforma trabalhista e também para as mobilizações da campanha salarial.

(Fonte: Solange do Espírito Santo, assessoria de imprensa da CNM/CUT)