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Em 2010, Siemens disputará um mercado de 800 bilhões de euros

Publicado: 06 Dezembro, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

Adilson Primo, o presidente da alemã Siemens no Brasil, sabe que 2008 será um ano de transição para o grupo no país e no mundo. Depois de deflagrar uma onda global de aquisições, que resultou em investimentos de 25 bilhões de euros nos últimos três anos, a Siemens busca agora definir bem as tarefas para que suas três divisões - industrial, energia e cuidados com a saúde - briguem em pé de igualdade pelo mercado, estimado em 800 bilhões de euros para essas áreas em 2010.

A julgar pelas estimativas do grupo alemão, a competição promete ser dura. A sua divisão industrial, que reúne automação industrial, transportes, tecnologia predial, entre outros, vai disputar um mercado que, em 2010, deverá movimentar 500 bilhões. E, segundo dados de 2007, a Siemens fatura 40 bilhões de euros com essa divisão no mundo, sendo R$ 2,12 bilhões de vendas líquidas só no país.

Os números também são robustos no setor de energia. Em 2010, segundo Primo, o mercado mundial será de 300 bilhões de euros, sendo que a receita global da companhia com essa divisão já é de 20 bilhões de euros. No Brasil, o faturamento líquido com o negócio energia alcança R$ 2,12 bilhões.

'No segmento de cuidados médicos, tivemos um faturamento mundial de 11 bilhões de euros. No Brasil, essa divisão representa quase 15% do faturamento líquido de R$ 5,3 bilhões registrado neste ano fiscal outubro 2006/setembro 2007, afirma Primo. Essa divisão reúne, além dos equipamentos que fazem exames por imagem e tecnologia da informação, também diagnósticos, entre outras ferramentas.

O presidente da Siemens no Brasil assegura que, nem mesmo alguns processos investigatórios que estão em andamento no Brasil e na Alemanha, dificultarão os objetivos para 2008. 'As investigações estão sendo feitas na Alemanha e são de conhecimento público. Já no Brasil, estamos colaborando com a Justiça e também estamos apresentando nossa defesa', disse.

No país, há uma investigação na Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Fazenda sobre uma possível formação de cartel, envolvendo sete multinacionais, o que inclui a Siemens. O cartel teria sido feito para vender transformadores e distribuidores de energia no país e em outras partes do mundo.

As investigações não modificam as perspectivas da empresa. Além de projetar um incremento da receita líquida de pelo menos 15% para a operação brasileira no ano fiscal 2007/2008, Primo destaca um aumento substancial de pedidos em carteira. Só para se ter uma idéia, no ano fiscal 2006/2007 a entrada de pedidos alcançou R$ 6,9 bilhões no Brasil. Em outras palavras, esse indicador foi 27% maior que o registrado no período 2005/2006. A previsão agora é que o montante de pedidos cresça 12% no ano que vem.

É justamente essa carteira de pedidos que explica a pequena queda de 2% entre a receita líquida de 2007 e 2006, que foi de R$ 5,4 bilhões. 'Há um cronograma para faturar os pedidos. Isso é natural no setor', explica o presidente da Siemens. Neste ano, por exemplo, o grupo alemão assinou contrato de fornecimento com a CSA, siderúrgica que está sendo construída no Estado do Rio de Janeiro.

Agora, essa carteira de pedidos poderá aumentar ainda mais em 2008, já que a Siemens confirma o interesse nas hidrelétricas do rio Madeira em Rondônia. Mas Adilson Primo deixa bem claro que o seu desejo é atuar como fornecedor e não no leilão que acontece na próxima segunda-feira. O grupo alemão, por meio da Voith Siemens, faz parte de um consórcio, com as multinacionais Alstom e VA-Tech, no fornecimento de equipamentos.

Mas o que preocupa o executivo atualmente é a cotação do dólar. Para Adilson Primo, a moeda americana já se desvalorizou bastante no país e isso poderá atrapalhar as exportações da companhia. No ano fiscal 2006/2007, as vendas para o exterior da Siemens somaram R$ 550,9 milhões, 11% menor que os R$ 620,7 milhões registrados no ano fiscal anterior. 'Nós estimamos uma taxa de câmbio perto de R$ 1,85 para 2008', diz o executivo.

Fonte: Valor