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Em Moçambique, CNM cumpre etapa de programa de formação sindical de metalúrgicas

O projeto é uma parceria com a IndustriALL e ao CAW e tem o objetivo de organizar e formar as trabalhadoras daquele país para a atuação sindical. Esta é a quarta e penúltima etapa e abordará negociação coletiva e mercado de trabalho.

Publicado: 10 Dezembro, 2012 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT dá início, nesta terça-feira (11), à quarta etapa do projeto de organização e formação de mulheres metalúrgicas de Moçambique, com um curso de três dias sobre mercado de trabalho e negociação coletiva. O curso reunirá 25 metalúrgicas moçambicanas e acontecerá em Maputo, capital daquele país.

O projeto é uma parceria da CNM/CUT com a IndustriALL Global Union – a entidade que reúne as entidades sindicais dos setores metalúrgicos, têxtil e químico de todo o mundo – e o CAW (Canadian Auto Workers), sindicato dos trabalhadores nas montadoras do Canadá. Estarão à frente do curso as secretárias de Formação e de Igualdade Racial da Confederação, Michele Ida Ciciliato e Christiane Aparecida dos Santos. Elas já estão em Maputo para a atividade.

Segundo Michele, o objetivo geral do projeto é o de compartilhar os avanços das trabalhadoras brasileiras com as mulheres metalúrgicas de Moçambique. “As trabalhadoras daquele país ainda estão com sua trajetória sindical em formação e o objetivo é o de fazê-las participar das lutas e ações do sindicato”, afirma a secretária de Formação da CNM/CUT.

O projeto tem o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Metalúrgicas de Moçambique (Sintime), que tem uma base estimada em 8.500 trabalhadores, dos quais apenas 800 são mulheres. O projeto tem duração de 18 meses e cinco etapas no total. As três anteriores abordaram os temas mulher e movimento sindical; gênero e direitos humanos; e saúde da mulher trabalhadora.

“A organização sindical em Moçambique é parecida com a nossa. Há organizações nos locais de trabalho, sindicato e central sindical. No entanto, a participação das trabalhadoras é quase inexistente e elas mal conhecem o estatuto do sindicato”, informa a secretária de Formação da Confederação.

O projeto será encerrado no primeiro trimestre de 2013, com o curso sobre mulher e participação política. “Para nós, da CNM, é uma honra participar dele, porque estamos retribuindo à CAW tudo o que foi feito pelas mulheres metalúrgicas brasileiras ao longo de anos de parcerias com a Confederação, que, entre outras coisas, possibilitou o aumento da representação de mulheres nos sindicatos de base”, destaca.

Como foi formatado o projeto
Desde 2003, CAW, IndustriALL (na época Fitim) e CNM/CUT vêm apoiando trabalhadoras metalúrgicas de Moçambique para identificar suas necessidades e melhorar a situação delas no local de trabalho e no sindicato. Isso foi decorrente do intercâmbio Sul-Sul, que aproximou trabalhadoras brasileiras, moçambicanas e angolanas para compartilhar experiências e entender o papel da mulher na vida sindical.

Durante a última oficina deste intercâmbio, realizada em dezembro de 2009, em Momçambique, da qual a CNM esteve presente, a maioria das jovens trabalhadoras daquele país expressou suas dificuldades diárias no local de trabalho, a falta de possibilidade para estudar e avançar comno sindicalista, além do conhecimento precário sobre a legislação trabalhista e as conveções internacionais de proteção às mulheres trabalhadoras.

Assim, com o apoio do Sintime, foi formatado este projeto e a CNM/CUT  participa com a presença de pelo menos um/a formador/a em cada um dos cinco módulos de formação.

Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa CNM/CUT