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Lançada em Nova Iorque campanha internacional 'Estamos com Lula'

Iniciativa foi da CSI e ato ocorreu no final da tarde desta terça (20), em paralelo à Assembleia Geral da ONU. O ex-presidente, ao lado de sindicalistas, participou da atividade por meio de teleconferência.

Publicado: 21 Setembro, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Ricardo Stuckert
Ex-presidente Lula participa, por teleconferência, do lançamento Ex-presidente Lula participa, por teleconferência, do lançamento
Ex-presidente Lula participa, por teleconferência, do lançamento da campanha

A Confederação Sindical Internacional (CSI) lançou nesta terça-feira (20), em Nova Iorque (EUA), a campanha “Estamos com Lula” (“Stand with Lula”), simultaneamente à abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Representando mais de 180 milhões de trabalhadores sindicalizados em 162 países, a CSI decidiu defender publicamente o ex-presidente das arbitrariedades judiciais de que vem sendo alvo pelos setores mais reacionários da sociedade brasileira.

Agradecendo “muito” a mobilização do conjunto do sindicalismo internacional, da central estadunidense AFL-CIO, dos movimentos sociais e ONGs representativas, o presidente da CSI, João Felício, destacou que o “movimento da defesa de direitos e da democracia é o que dá à Confederação a expressividade que tem”.

“A coisa mais linda que o Lula fez foi inserir a população mais pobre e defender nossa soberania, projetando nosso país no cenário mundial. É raro um presidente sair do governo com avaliação de 80% de ótimo e bom. E é pelo profundo preconceito da elite brasileira, da classe média alta - com a contribuição que Lula deu para a construção da espetacular central que é a CUT e de um partido chamado PT -, que eles querem cassá-lo. Não deixaremos o nosso companheiro ser condenado”, enfatizou o presidente da CSI.

Crédito: Divulgação
Em Nova Iorque, Sharan Em Nova Iorque, Sharan
Em Nova Iorque, representantes do movimento sindical internacional falam sobre a campanha

João Felício também denunciou o golpe movido contra a presidenta Dilma Rousseff que, ao lado de Lula, construiu um “projeto de ampliação do salário e do emprego decente” e alertou que “antes derrubavam governos com a força para implantar ditaduras e hoje fazem uma orquestração entre a imprensa, o judiciário e partidos sem voto que querem voltar ao poder sem passar por eleições”. Para o presidente da CSI, com Temer o que está no governo é “uma visão totalmente diferente de Brasil do que vinha sendo implementado nos últimos 13 anos, um projeto que exclui o país do cenário político mundial, um projeto subordinado, que é o de uma elite econômica, não o nosso”.

“Este ato aqui em Nova Iorque é um passo decisivo na campanha que lançamos no final do ano passado. Como a imprensa e as estruturas do estado brasileiro atacam Lula, são cada vez mais importantes estas manifestações fora do país e elas só tendem a crescer. Estou indo para a Índia na semana que vem, para a África do Sul e a Europa no do mês de outubro. Vamos fortalecer esta campanha e quebrar o bloqueio no Brasil”, ressaltou o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa.

Segundo a secretária-geral da CSI, Sharan Burrow, o objetivo é defender o ex-presidente de abusos judiciais no Brasil e denunciar os “poderosos interesses” que tentam impedir sua livre atuação política.

No ato, foi informado que renomado defensor dos direitos humanos Geoffrey Robertson apresentou a ação movida na Corte da ONU em Genebra, contra os abusos cometidos pelos operadores da Lava Jato. O advogado Cristiano Zanin Martins falou sobre a caçada judicial e midiática a Lula no Brasil, na condição de advogado do ex-presidente.

Crédito: Divulgação
Dezenas de pessoas acompanharam o ato, em Nova IorqueDezenas de pessoas acompanharam o ato, em Nova Iorque
Dezenas de pessoas acompanharam o ato, em Nova Iorque

Indignação
Convidado a fazer uma saudação por teleconferência, o ex-presidente Lula agradeceu o empenho dos sindicalistas na campanha e condenou a tentativa de setores da imprensa e do judiciário de “amedrontar as pessoas”, com a prática “intimidatória de criminalizar pelas manchetes dos jornais”. Ainda ontem, enquanto acontecia o evento, a imprensa divulgava que o juiz Sérgio Moro aceitou a denúncia contra Lula, formulada não com base em provas, mas "em convicções" de delegados e promotores claramente ligados a partidos políticos que orquestraram o golpe parlamentar no Brasil.

“Não há no planeta terra nenhum cidadão mais indignado que eu”, disse Lula. “Estou triste porque o juiz Moro aceitou a denúncia contra mim, mesmo ela sendo uma farsa, uma grande mentira. Mas temos advogados e vamos brigar. Vamos continuar lutando para que o povo volte a ter orgulho de ser brasileiro”, acrescentou o ex-presidente.

Para ele, “no Brasil nesse instante o que menos importa é a verdade, mas a construção da versão; ela vira manchete de jornal, a manchete é manipulada pela televisão e a pessoa, independentemente de ser inocente passa a ser condenada pela opinião pública”.

Crédito: Divulgação
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O ex-presidente ressaltou que não há provas que demonstrem o envolvimento dele em crimes ligados à Lava Jato. “Sou um homem de consciência muito tranquila. Se alguém apresentar uma prova contra mim – não estou pedindo duas – se houver uma, quero ser julgado como qualquer cidadão brasileiro. Não quero privilégio. O que não quero é mentira. Não quero falsidade.”

Ao lado de Lula, estavam lideranças sindicais como os presidentes da CUT Nacinal, Vagner Freitas, da CNM/CUT, Paulo Cayres, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, parlamentares e juristas, entre outros.

Adesão à campanha
No site criado para divulgar a campanha (http://www.standwithlula.org/),  Lula é chamado de “pai do Brasil moderno”. O texto lembra que ele foi preso pela ditadura militar, e se tornou “o presidente mais bem-sucedido na história do Brasil, tirando milhões de pessoas da pobreza”. Mas ressalta que “forças poderosas, que utilizaram um Congresso corrupto para depor sua sucessora, Dilma Rousseff, agora estão tentando destruir sua reputação e acabar com sua influência”.

No site, é possível aderir à campanha em apoio ao ex-presidente.

Assista aqui ao vídeo de lançamento da campanha internacional.

(Fonte: CUT Nacional, com informações da Agência PT de Notícias e da CNM/CUT)