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Em Pernambuco, metalúrgicos participam de curso de combate ao racismo

Atividade realizada em parceria entre a CNM/CUT e o Sindicato da categoria aborda o tema para que ele esteja presente nas lutas dos trabalhadores.

Publicado: 31 Julho, 2017 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Maiara Melo
Mesa de abertura do cursoMesa de abertura do curso
Mesa de abertura do curso

O racismo é uma infeliz realidade no Brasil e tema importantíssimo que deve estar presente na pauta das lutas sindicais. Pensando em fortalecer o debate, o Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) realizaram o Curso de Combate ao Racismo para a Construção da Igualdade Racial, voltado para trabalhadores que exercem mandato sindical na categoria. “Depois do curso, eles podem repassar esse conhecimento para os demais companheiros e engrossar a luta contra o racismo”, ressaltou Henrique Gomes, presidente do Sindicato.

O evento aconteceu na Guabiraba, Região Metropolitana do Recife, entre os últimos dias 26 e 28 de julho. Além de Henrique Gomes, participaram da abertura da atividade o presidente e a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Paulo Cayres e Christiane dos Santos, Suzineide Rodrigues, presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Maria das Graças, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco, Expedito Solaney, da CUT. “Não adianta negar que existe racismo no Brasil. Existe e é crucial que esse debate seja feito entre os trabalhadores. Por isso, começamos a desenvolver este curso em diversos estados do Brasil. É da nossa vontade realizar vários outros, como o debate de gênero voltado para a discussão do machismo”, afirmou Paulo Cayres.

Crédito: Maiara Melo
Mais de 30 sindicalistas participaram da atividadeMais de 30 sindicalistas participaram da atividade
Mais de 30 sindicalistas participaram da atividade

Já Christiane Santos apresentou dados de um estudo realizado pela Dieese que revela não apenas o racismo, mas também a discriminação de gênero no mercado de trabalho do ramo metalúrgico. “A mulher negra metalúrgica ganha 49% do salário de um homem branco que ocupa o mesmo cargo, segundo o Dieese. A luta sindical precisa pautar a questão racial, porque os trabalhadores negros são os mais precarizados”, apontou Christiane. Ela lembrou ainda que negros são os primeiros a serem demitidos. “É importante um curso como esse. É uma questão que tem que estar nas nossas negociações com o patronato, nas nossas reuniões, no nosso dia a dia e na luta sindical”, assinalou a secretária.

Durante os três dias de curso, em período integral, os 30 participantes puderam assistir a palestras, participar de debates e de dinâmicas de grupo, além de term aulas sobre a história da África, do Brasil e da população negra. “Uma frase que me marcou bastante foi ‘Libertei mil escravos e teria libertado outros mil se eles soubessem que eram escravos’. Foi um curso muito rico em conhecimento e muito importante para nós, diretores. Aprovado!”, afirmou Jéssica Alves, diretora de base do Sindicato.

O intuito agora é de que o conhecimento adquirido seja repassado a outros metalúrgicos, para que eles estejam conscientes de que as questões raciais estão ligadas à luta do trabalhador. “O brasileiro é a miscigenação. Discutir classe, sem discutir raça, orientação sexual, gênero, entre outros assuntos, não adianta. Precisamos aliar forças para combater o racismo e isso começa em assumir a nossa identidade negra”, destacou Henrique Gomes.

Atividade em todo o país
A primeira edição do curso aconteceu em 2014 e foi dirigida aos membros do Coletivo Nacional de Igualdade Racial da CNM/CUT e a dirigentes das federações e sindicatos estaduais da categoria. Depois desta etapa, o mesmo curso passou a ser desenvolvido nos estados, em parceria com as entidades de base. Nos últimos dois anos, ele já foi ministrado para sindicatos de Santa Catarina/Paraná, no Sindicato do Espírito Santo e nas Federações Estaduais de Metalúrgicos de Minas Gerais e São Paulo. A mesma atividade está prevista para a segunda quinzena de agosto no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.

(Fonte: Maiara Melo – Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, com informações da CNM/CUT)