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Em SP, 900 delegados (as) elegem nova direção estadual da CUT

Publicado: 28 Agosto, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Geraldo Lazzari
Em SP, mais de 800 delegados elegem nova direção estadual da CUTEm SP, mais de 800 delegados elegem nova direção estadual da CUT
Douglas (de boné), o novo presidente. João Cayres (atrás dele) assume a secretaria geral

No dia do aniversário de 32 anos da fundação da CUT, cerca de 900 delegados e delegadas do 14º Congresso Estadual da CUT São Paulo (CECUT) elegeram por unanimidade, em Águas de Lindóia, a nova diretoria executiva e o conselho fiscal da CUT São Paulo que ficarão à frente da entidade até 2019 (confira a relação no final da matéria). Nesta sexta (28), último dia do evento, a atividade foi acompanhada por políticos, sindicalistas e representantes de movimentos sociais.

Em momento solene e que comoveu o plenário, Douglas Izzo, professor de Geografia e de Sociologia da rede pública de São Paulo, foi empossado como novo presidente da entidade para o próximo quadriênio, como representante do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp). Na ocasião também se comemorou a paridade de gênero, inédita na direção estadual da Central (leia mais aqui). O secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), foi eleito secretário geral da CUT/SP.

O 14º Congresso ocorreu em um momento político marcado pelo avanço do conservadorismo no país - que tem o estado de São Paulo como berço do retrocesso nos direitos sociais - e também em meio a uma crise política e econômica que vem afetando setores como o da indústria, com inúmeras demissões. Neste contexto, durante quatro dias, os dirigentes de diferentes ramos fizeram debates e definiram um plano de lutas, ancorados no tema “Por um Projeto Popular para Mudar São Paulo”, que norteou o 14º CECUT-SP.

Logo depois de empossado, Douglas apontou para a necessidade de construir unidade para um projeto contrário ao do governo paulista. “Vivemos no estado mais conservador no país e por isso queremos uma alternativa ao neoliberalismo tucano, que representa o desmonte do estado nos últimos 20 anos e que, neste momento, não consegue dar respostas efetivas à população paulista diante da crise da falta de água, na política industrial, segurança pública, mobilidade urbana, políticas sociais, saúde e educação”, afirmou.

Como exemplo, o dirigente comentou sobre a greve dos professores da rede pública estadual de São Paulo, deflagrada no dia 13 de março e que durou 92 dias, sendo a maior da história da Apeoesp, entidade que representa mais de 180 mil trabalhadores. “Alckmin até agora não cumpriu com a decisão da Justiça de pagar os professores que aderiram ao movimento. Ele trata assim a educação, os trabalhadores e a população. E é contra esse modelo que faremos um enfrentamento ainda maior”, garantiu.

Izzo também aposta na continuidade de trabalhos que têm sido feitos e na ampliação do diálogo com a sociedade. “Seguiremos nossas bandeiras históricas, lutando pela geração de mais e melhores empregos e salários, condições dignas de trabalho, valorização profissional, defesa dos serviços públicos e da previdência, redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial, melhor distribuição de renda, reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar”, assinalou.

Segundo o novo presidente, a CUT São Paulo irá reforçar a aliança com movimentos sociais e centrais parceiras, principalmente a partir do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo. “Demonstramos no primeiro semestre a nossa força nas ruas e o que significa a unidade dos movimentos. Continuaremos mobilizados contra as agendas de [Joaquim] Levy e de Renan [Calheiros], combatendo a terceirização contra o PLC 30 [Projeto de Lei da Câmara] e avançando o máximo possível na nova Frente Brasil Popular. No mais, não aceitaremos golpe algum, mas exigimos que o governo Dilma promova mudanças estruturais”, apontou Izzo.

O novo presidente lembrou ainda do professor Carlos Ramiro de Castro [o Carlão], que faleceu em 5 de setembro de 2013. Segundo Izzo, ele foi exemplo da militância convicta dos valores socialistas e de luta por uma sociedade melhor. Também se solidarizou aos trabalhadores da indústria e do sistema financeiro, demitidos em massa nesta conjuntura, e fez referência à conquista da paridade, como uma superação do patriarcalismo impregnado nas relações e instituições.

Reconhecimento da luta
O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, fez referência aos 32 anos da Central, construído a partir das bases, e saudou a nova direção estadual, dizendo que esta eleição foi um reconhecimento da importância da Apeoesp na construção da CUT.

“O companheiro Douglas certamente irá fazer um mandato, como fez Adi [Adi dos Santos, presidente que encerrou seu mandato], unificando as forças políticas no Estado e, acima de tudo, engrandecendo a Central para que ela seja ainda maior em São Paulo e com um projeto consistente de libertar os trabalhadores do domínio dos tucanos que fazem com que o Estado, em um cenário político mundial, ande na marcha ré”, ressaltou.

O secretário geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre saudou igualmente a chegada de Douglas Izzo: “É um companheiro que trabalha sempre pela unidade, uma grande liderança que terá todo apoio da CUT Nacional”.

Nobre também elogiou a qualidade do debate feito ao longo desses dias de Congresso. “Não há militância igual à nossa. Muito do que se discutiu será objeto de debate e proposição ao Congresso Nacional [o 12º Concut acontece entre 13 e 17 de outubro]. Também deixo aqui a minha homenagem aos guerreiros e guerreiras que cumpriram o seu papel ao longo dos últimos anos”, disse, ao se referir aos dirigentes que estão saindo.

O metalúrgico Adi dos Santos também se despediu da presidência neste Congresso. “Inúmeras foram as passeatas e greves nos últimos 32 anos. Sentimos orgulho ao ver a ação da nossa Central, como foi a do último dia 20 deste mês, quando ocupamos as ruas com bandeiras e camisas vermelhas em São Paulo, diante do bairro da burguesia. Dali saímos energizados. Estamos aqui construindo a história e assim será dada a continuidade”, afirmou.

Desde 1984, passaram pela presidência da CUT São Paulo a petroleira Wanda Conti (1984 a 1985); o químico Jorge Luiz Cabral Coelho (1985 a 1988); o médico Arlindo Chinaglia Júnior (1988 a 1991); o metalúrgico José Lopez Feijoó (1991 a 2000); o petroleiro Antônio Carlos Spis (2000 a 2003); o químico Edilson de Paula Oliveira (2003 a 2009) e o metalúrgico Adi dos Santos Lima (2009 a 2015).

Perfil do novo presidente
Natural de São Paulo, Douglas Izzo tem 50 anos. Formado em Geografia, Ciências Sociais e Pedagogia, é professor efetivo desde 1992 na rede pública estadual. Na gestão anterior ocupou a cadeira da vice-presidência da CUT São Paulo. Há 10 anos na diretoria do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), já foi secretário de Assuntos Educacionais e Culturais e de Organização para a Grande São Paulo. Foi conselheiro estadual e coordenador da subsede de Itaquaquecetuba por dois mandatos. Coordena hoje o Fórum do Funcionalismo Público do Estado de São Paulo e compõe, desde 2015, a coordenação do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo.

A CUT São Paulo
Organização sindical de caráter classista, autônomo e democrático, em 2015 a CUT São Paulo completou 31 anos de história na luta em defesa da democracia, dos direitos e interesses da classe trabalhadora. A CUT/SP é a maior Central estadual do país, representando 4.068.774 trabalhadores (as) na base, distribuídos em 338 sindicatos de diferentes ramos. Em âmbito nacional, a CUT é a maior central sindical do país e a quinta maior do mundo.

A nova direção estadual
A nova direção eleita contempla os principais segmentos e ramos de atividade. Confira a composição:

Presidente: Douglas Izzo (Educação)
Vice-Presidente: Sebastião Cardozo (Financeiro)
Secretário Geral: João Cayres (Metalúrgico)
Secretário de Administração e Finanças: Renato Zulato (Químico)
Secretária de Comunicação: Adriana Magalhães (Financeiro)
Secretária de Combate ao Racismo: Rosana Aparecida da Silva (Educação)
Secretária de Formação: Telma Victor (Educação)
Secretária da Juventude: Cibele Vieira (Químico)
Secretário de Saúde do Trabalhador: Vagner Menezes (Transporte)
Secretária da Mulher Trabalhadora: Ana Lúcia Firmino (Seguridade Social)
Secretária de Políticas Sociais: Kelly Domingos (Comércio e Serviços)
Secretário de Relações do Trabalho: Ademilson Terto da Silva (Metalúrgico)
Secretária de Meio Ambiente: Solange Cristina Ribeiro (Municipais)
Secretário de Organização: Élcio Marcelino (Seguridade Social)
Secretária de Política Sindical: Sônia Auxiliadora (Municipais)
Secretário de Mobilização: João Batista Gomes (Municipais)

Direção Plena
Ana Lucia de Mattos Flores (Municipais)
Anuska Pintucci Sales Cruz Schneider (Seguridade Social)
Aparecida Maria de Menezes (Construção Civil)
Carlos Fábio (Urbanitário)
Carlos Murilo (Transporte)
Carlos Roberto da Silva/Ketu (Municipais)
Ceres Lucena Ronquim (Metalúrgico)
Gilnair Pereira (Educação)
Gisele Lopes (Municipais)
Inês Granada (Serviço Público Federal)
João Nazaré (Educação)
José Freire da Silva (Químico)
Kátia Aparecida de Souza (Seguridade)
Lilian Parise (Comunicação)
Luiz Albano da Silva (Construção Civil)
Luiz Henrique de Souza (Urbanitário)
Marcelo da Silva (Comércio e Serviços)
Marcia Viana (Vestuário)
Marco Pimentel (FAF)
Roberto Vicentin (Financeiro)
Roseli de Souza (Municipais)
Solange Aparecida Benedeti Penha (Educação)
Valdir Fernandes (Financeiro)
Valdir Tadeu (Seguridade Social)

Conselho Fiscal
Antônio Donizete (Financeiro)
José Fernando da Silva (Químico)
Cleide Maria de Jesus de Almeida (Educação)
Deise Aparecida Capelozza (Urbanitário)

Suplentes do Conselho Fiscal
Daniel Pedro (Alimentação)
José Justino Desidério Filho (FAF)
Fabiana Caramez (Comunicação)
Ana Rosa (Municipais)

(Fonte: Vanessa Ramos - CUT/SP)

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