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Embraer: do êxtase à agonia ao ganhar e perder contrato nos EUA

Empresa sofre com a perda do contrato para fornecimento dos 20 jatos Super Tucano, em 28 de fevereiro

Publicado: 15 Março, 2012 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

O dia que a Embraer SA venceu um contrato de US$ 355 milhões para fornecer aviões leves de ataque para a Força Aérea dos Estados Unidos, depois de 14 meses de trabalho, ficará para sempre na memória do presidente da fabricante brasileira, Frederico Curado.

Mais inesquecível será o dia em que Curado soube pela imprensa que os EUA haviam cancelado a compra.

“Estamos tentando manter a sobriedade, foi uma enorme frustração para nós e, francamente, um choque”, disse Curado em entrevista no dia 12, no escritório da Embraer em São Paulo. “Fomos lá. Ganhamos. E depois tiraram da gente.”

O cancelamento do contrato de compra de 20 unidades do turboélice Super Tucano, em 28 de fevereiro, colocou um fim à alegria causada pela conquista do negócio pela Embraer dois meses antes. A Curado resta agora apenas a satisfação de saber que os aviões militares da empresa, fundada em 1969 para ser a base da indústria aeronáutica brasileira, são considerados bons o suficiente para uso na mais poderosa força aérea do mundo.

“Ser selecionado por uma organização como essa é um reconhecimento de qualidade, o que até certo ponto já temos, pois fomos selecionados, o contrato foi concedido e iniciado.”

A venda dos aviões para a Força Aérea dos EUA poderia “abrir portas” para novos negócios com o Departamento de Defesa americano e com outros países, disse Curado, de 50 anos, presidente da companhia desde 2007 e apenas o segundo a ocupar o cargo desde a privatização, em 1994.

“Seria uma chancela de credibilidade no exterior para nós, e a chance para desenvolver um relacionamento com o Departamento de Defesa”, disse Curado.

Parceiro nos EUA

O contrato, vencido em parceria com a Sierra Nevada Corp., empresa americana de capital fechado, incluía serviços de apoio além dos monomotores A-29 Super Tucano para uso em missões de ataque ao solo no Afeganistão. O nicho da Embraer é oferecer aviões militares para missões específicas, em vez de ter uma linha completa de modelos, disse Curado.

Mais conhecida pelos jatos regionais da família E-Jet, utilizados por companhias aéreas em todo o mundo, incluindo a Air France e a American Airlines, da AMR Corp., a Embraer teve o início de suas atividades mais ligado à aviação militar.

Atualmente, sua linha de defesa inclui aeronaves de patrulha, reconhecimento e vigilância, derivados dos modelos comerciais. A receita da área de defesa e governo representou cerca de 15 por cento do total no terceiro trimestre.

Fonte: Exame